30/11/2018 - 19:05 | última atualização em 30/11/2018 - 19:36

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OAB Mulher convida psiquiatra e advogadas para tratar de transexualidade

redação da Tribuna do Advogado

          Foto: Lula Aparício  |   Clique para ampliar
 
Clara Passi 
A OAB Mulher e a Comissão de Direito Homoafetivo da Seccional jogaram luz sobre uma população que é sistematicamente marginalizada: os transexuais. Os palestrantes do encontro, que aconteceu na sexta-feira, dia 30, foram as advogadas e professoras Giowana Cambrone e Patricia Sanchez, o psiquiatra Jaime Barbosa e a coordenadora do Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Violência de Gênero da OAB Mulher, Rebeca Servaes. O evento ganhou o antetítulo: As especialistas convidam, já que fugiu da regra da série dedicada a dar espaço a profissionais do gênero feminino. 
 
Foto: Lula Aparício   |   Clique para ampliar
O coordenador das comissões temáticas da Ordem, Fábio Nogueira, a presidente da OAB Mulher, Marisa Gaudio, e a presidente da Comissão de Direito Homoafetivo, Raquel Castro, participaram da abertura. "Pela primeira vez, trouxemos um convidado homem, por causa da pertinência de se trazer um profissional da área de saúde para falar deste tema", explicou Gaudio.  
 
Nogueira exaltou o aumento no número de comissões criadas durante os seis anos de sua gestão à frente da área. “A Comissão de Direito Homoafetivo fazia parte da de Direitos Humanos. Agora, é um grupo autônomo. Vejo com muita alegria a Ordem tratando de temas que são poucos abordados nos meios acadêmicos. A tendência natural é que nos próximos anos haja um recrudescimento e é função da OAB ser contramajoritária”, disse ele. 
 
O recorte de Sanches foram as questões que envolvem as famílias trans no Brasil (adoção e inseminação sobretudo) e o paradoxo da evolução de direitos observada nos anos recentes versus a epidemia transfóbica. 
 
“Por anos, observamos as pessoas LGBT saindo do armário. Agora, são os transfóbicos que se vem se revelando. A falta de uma lei federal que proteja a vida e demais direitos das pessoas LGBT fomenta o discurso de ódio, que vira bandeira política. O Brasil é um dos países mais avançados do mundo na proteção dos direitos LGBT. Mas é, porém, um dos países mais violentos para esta população”, disse ela, frisando as contradições que rondam o tema, mas com um viés geral otimista. 
 
Numa fala técnica, Barbosa abordou os efeitos nocivos do estigma, como a segregação familiar, os altos índices de abuso sexual e os altos índices de suicídio que acometem as pessoas com desforia de gênero. 
“O perigo é o sujeito internalizar o estigma social”, afirmou ele, que falou também sobre tratamento hormonal e cirurgias envolvidas na transição durante a puberdade e na idade adulta. 
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