01/03/2016 - 12:12

COMPARTILHE

Novo ministro da Justiça, Wellington Silva vem do MP

jornal Folha de S. Paulo

O novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, ganhou a confiança do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, após ter chefiado o Ministério Público (MP) da Bahia por dois mandatos consecutivos na gestão dele como governador.
 
Atualmente, Wellington, 50, era o número três na hierarquia da instituição, ocupando o cargo de procurador-geral de Justiça adjunto para assuntos jurídicos.
 
Na primeira vez em que chegou ao cargo de procurador-geral de Justiça da Bahia, Wellington foi o menos votado de uma lista tríplice encaminhada pelo Ministério Público a Wagner.
 
Pela legislação, os membros do Ministério Público votam nos candidatos ao cargo, mas cabe ao chefe do Executivo a nomeação de um dos três mais votados.
 
Wellington teve 140 votos em 2010, atrás da promotora Norma Angélica Reis (287 votos) e do promotor Olímpio Coelho (229). À época, Wagner justificou a escolha do terceiro colocado com a prerrogativa de seu cargo, mas houve protestos de entidades de classe, que pediam a nomeação do mais votado.
 
Embora chefiasse a instituição que tinha a prerrogativa de investigar o governador e sua gestão, não houve nenhum embate significativo entre Wellington e Wagner nos seus dois mandatos no cargo.
 
Pelo contrário. O Ministério Público até mesmo moveu uma ação de injúria contra um deputado estadual, Targino Machado (DEM/BA), por ter chamado Wagner de "canalha-mor" em entrevista a uma rádio. Ajuizada em 2012, a ação foi suspensa em 2013 após uma decisão liminar (provisória) do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
 
Wellington já expressou sua opinião sobre a chamada "polícia judiciária", que abrange a Polícia Federal, em uma entrevista concedida em 2013, ao falar sobre a PEC 37, que iria retirar poderes de investigação do Ministério Público. Na ocasião, ele afirmou que a polícia deve ter atribuição de investigar, mas que precisa do apoio de outras instituições, como o Ministério Público, e que não pode haver uma "plena hegemonia" de uma delas.
 
Wellington não foi localizado pela Folha nesta segunda-feira, dia 29.
 
CGU
 
O novo ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Luiz Navarro, foi o braço-direito do mais longevo comandante da pasta, Jorge Hage, que passou oito anos à frente do órgão.
 
Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho foi secretário-executivo da CGU na gestão Hage, segundo cargo na hierarquia, e trabalhou por dez anos na pasta.
 
Em 2010, foi responsável pela articulação do projeto da lei anticorrupção, que estabeleceu punições a empresas e a possibilidade de assinar acordos de leniência, até hoje alvo de polêmica.
 
Navarro é servidor efetivo do Senado, onde foi admitido em 2004. Após sair da CGU, em 2013, também atuou como consultor de um escritório de advocacia e foi indicado, em 2015, para compor um comitê de auditoria da Petrobras, após a Operação Lava Jato.
Abrir WhatsApp