Dizendo-se estarrecido com a omissão dos políticos diante das manifestações desta quinta-feira, dia 20, em várias cidades do Brasil, o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, defendeu que seja criada uma constituinte exclusiva para tratar da reforma política. Ele reiterou, também, que está marcado para segunda-feira, dia 24, às 10h, na Seccional, um ato público para debater o assunto. Uma constituinte exclusiva para tratar do tema pode ser a chave para impedir que os menos interessados na mudança sejam os responsáveis por sua execução Felipe Santa Cruz presidente da OAB/RJ "Nenhum caminho teremos fora da democracia. Precisamos de uma reforma política que conquiste o coração e as mentes dos brasileiros. Uma constituinte exclusiva para tratar do tema pode ser a chave para impedir que os menos interessados na mudança sejam os responsáveis por sua execução. Precisamos do caminho da institucionalidade, pacificar as ruas trazendo os jovens para o debate do Brasil que queremos. Foi um dia difícil, um parto, que possa nascer algo belo de tanta perplexidade", afirma. Um dos momentos mais tensos da manifestação desta quinta na Av. Presidente Vargas foi quando, por volta das 21h, cerca de 300 pessoas, a maioria estudante, ficaram encurraladas dentro do prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (IFCS). Acossadas por um grupo que não admitia a presença de partidos na passeata e pela polícia que, a essa altura, já fazia prisões aleatórias nas ruas do Centro, foi preciso que advogados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ) fossem ao local para garantir a saída dos manifestantes de dentro do prédio. Ao todo, cerca de 30 advogados da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ acompanharam manifestantes na 4ª DP (Central do Brasil), 5ª DP (Mem de Sá), 17ª DP (São Cristóvão), Hospital Souza Aguiar, além de no IFCS. Resultado do quebra-quebra generalizado nas ruas do Centro, alguns vidros do prédio da Seccional amanheceram quebrados na manhã desta sexta.