30/05/2016 - 10:51

COMPARTILHE

Mulher ofende gerente negro e vai presa por injúria racial

jornal O Dia

Uma mulher de 59 anos foi presa em flagrante no Leblon acusada de injúria racial. Maria Francisca Alves de Souza acabou detida pela polícia após discutir com um gerente do Supermercado Zona Sul, na Rua Dias Ferreira, um dos endereços mais nobres da cidade. Ela teria dito que Paulo Roberto Gonçalves Navarro, que é negro, deveria voltar para a "senzala" e para o "quilombo".
 
Segundo testemunhas, o bate-boca ocorreu após Navarro, 45 anos, se negar a buscar um produto enquanto Maria Francisca aguardava na fila do caixa, na noite de sábado. Ela foi presa em flagrante pela Polícia Militar e, na 14* DP (Leblon), confessou ter usado as palavras "quilombo" e "senzala". Maria Francisca alegou, porém, que sua intenção não era ofender e sim exaltar a cultura negra. Disse ainda que havia sido tratada com deboche pelo funcionário do supermercado. Durante a confusão, mulher foi chamada de racista por outros clientes do estabelecimento.
 
Ela foi levada para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. O crime é passível de fiança, mas, até o fechamento desta edição, Maria Francisca ainda estava presa. A injúria racial é tipificada como ofensa à honra de uma pessoa por meio de referências à raça, etnia, cor, religião ou origem.
 
Em junho de 2014, um caso semelhante ocorreu no bairro do Maracanã. A atendente do Supermercado Mundial foi chamada de "macaca" pelo aposentado Roberto Grispun, 65 anos.
 
Ele foi preso em flagrante após testemunhas acionarem a PM e liberado em seguida após a família pagar fiança de R$ 1 mil. 
 
Vítima, Michele da Silva dos Santos, 36 anos, recebeu apoio jurídico da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ).
 
Injúria racial é ofender a honra por meio de referências à raça, etnia, cor, religião ou origem. 
Abrir WhatsApp