09/12/2007 - 16:06

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Ministério da Justiça desenvolve supersoftware contra o crime

Ministério da Justiça desenvolve supersoftware contra o crime

 

 

Do jornal O Estado de S.P

 

09/12/07 - O Ministério da Justiça desenvolveu e já espalha pelo País uma nova arma contra o crime organizado. Trata-se de um programa de computador de última geração, que faz parecerem carroças modelos atuais, como o Guardião, da Polícia Federal, capaz de grampear 400 telefones simultaneamente. Além de interceptar mais aparelhos que o Guardião, o software permite milhares de cruzamentos com dados de órgãos diversos, da polícia, do Ministério Público, Receita e sistema bancário.

 

O novo programa permite, por exemplo, cruzar depoimentos com diálogos interceptados e também com dados bancários e fiscais de pessoas investigadas. Cada unidade custará cerca de R$ 2,5 milhões e os recursos virão do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), do governo federal, que planeja investir R$ 6 bilhões até 2011. 'Trata-se de uma ferramenta revolucionária, que vai acelerar enormemente as investigações criminais e os inquéritos nos Estados', disse o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior.

 

O sistema funciona como uma central interligada a uma rede de computadores de alto desempenho. Nos próximos dias, serão firmados os primeiros convênios com o Distrito Federal e o Estado de São Paulo. Em 2008, o sistema chegará ao Rio e, a seguir, às 11 regiões metropolitanas incluídas no Pronasci. 'A médio prazo, a idéia é levar o programa a todos os Estados', disse o secretário. Com a ajuda desse software, os bancos de dados da PF, da Polícia Rodoviária Federal e das Polícias Civis de cada Estado serão integrados.

 

Experimentalmente, o sistema já foi usado com sucesso em dois casos recentes: o mapeamento das contas do Primeiro Comando da Capital (PCC), que movimentou R$ 27 milhões nos últimos cinco anos, e na Operação Aquarela, que levou 19 pessoas para a cadeia em junho por fraudes no Banco de Brasília, o BRB.

 

Na versão federal, o sistema contém um banco de dados dos principais órgãos policiais, fiscais e de controle do País. Nos Estados, ele reunirá os dados dos equivalentes locais. O software foi desenvolvido com a colaboração da PF e das polícias estaduais de Brasília e São Paulo, consideradas as mais avançadas em técnicas de análise e de inteligência criminal. O gerenciador central do sistema ficará em Brasília, com operação a cargo do Ministério da Justiça.

 

A introdução do novo sistema deve aumentar o descontentamento de setores da sociedade, sobretudo entre os advogados, por causa das facilidades investigativas. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lidera um movimento de resistência à escuta telefônica que tomou conta do Brasil desde 2002, com o advento do Guardião da PF.

 

Além de um equipamento central no quinto andar do seu edifício sede, a PF espalhou 27 aparelhos semelhantes ao Guardião nas superintendências estaduais. As polícias civis de todo o País teriam outros 60 aparelhos desse tipo, embora com tecnologias diferentes. Estima-se que todos esses equipamentos seriam capazes de grampear 20 mil pessoas simultaneamente.

 

 

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