16/03/2017 - 11:02 | última atualização em 16/03/2017 - 11:12

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Milhares de pessoas protestam contra a reforma da Previdência

jornal O Estado de S. Paulo

Milhares de pessoas se reuniram em atos e paralisações, em praticamente todas as capitais e grandes cidades do País, organizadas por centrais sindicais e movimentos populares contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo federal. Segundo organizadores, em São Paulo, 200 mil pessoas se reuniram na Avenida Paulista. Em Brasília, 5 mil ocuparam a Esplanada dos Ministérios. No Rio de Janeiro, o ato, marcado por confronto, reuniu de 50 mil a 70 mil pessoas. A Polícia Militar não fez estimativa nesses locais.
 
Em São Paulo, o protesto teve início às 16 horas e ocupou as duas faixas da Avenida Paulista. Apontado como candidato do PT à Presidência em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do ato e, em um discurso de dez minutos, fez fortes críticas a Temer e ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Vocês querem resolver o problema da Previdência? Em vez de fazer uma reforma que tire direitos, façam a economia voltar a crescer, gerem emprego e aumentem os salários que a receita vai voltar", afirmou. O petista foi a estrela da manifestação convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Segundo os organizadores, o ato reuniu mais de 200 mil pessoas até às 20h30.
 
Além dos ataques a Temer, que chamou de ilegítimo, Lula enalteceu seu governo. "A política de reação de emprego e renda, a formalização das empresas e das relações de trabalho proporcionaram um crescimento inédito nas receitas da Previdência e da Seguridade Social entre 2004 e 2014", afirmou.
 
Representantes das centrais sindicais também discursaram no protesto, convocando manifestantes a pressionarem os deputados para impedir que haja votação da reforma trabalhista na próxima terça-feira. Vagner Freitas, presidente da CUT, disse que, se o projeto não sair da pauta, será organizada "a maior greve geral que o Brasil já fez". "Nós não vamos negociar migalha com Temer. Esse ato é só o primeiro passo."
 
No Rio de Janeiro, onde segundo os manifestantes se reuniram de 50 mil a 70 mil pessoas, as manifestações foram marcadas por confrontos. Um mulher ficou ferida. Agências bancárias e postos da PM foram atacados.
 
Invasão. Já no Distrito Federal, cerca de 5 mil pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF). Mais cedo, a Polícia Militar informou que o número de participantes chegou a aproximadamente 10 mil, mas a secretaria corrigiu a informação no final do dia.
 
Os manifestantes colocaram cruzes em frente ao Congresso Nacional e um grupo invadiu o Ministério da Fazenda durante a madrugada, quebraram vidros e fizeram pichações.
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