20/10/2022 - 19:20 | última atualização em 21/10/2022 - 19:02

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Mercado ‘verde’ para a advocacia: OABRJ apoia criação de bolsa de ativos sustentáveis no estado do Rio

Diretor da Seccional encontrou-se com secretário de governo responsável pela iniciativa, que será tema de evento na OABRJ

Clara Passi


Mirando um futuro próximo em que o campo de atuação para a advocacia ligada à negociação de ativos sustentáveis se expandirá radicalmente no estado do Rio de Janeiro, a OABRJ vem acompanhando de perto a concretização do projeto de instalação de uma bolsa de valores “verde” no estado, focada na compra e venda de créditos de carbono e ativos ambientais como energia, clima e florestas. 

O projeto começou a ganhar forma em março deste ano, quando o governador do Rio, Cláudio Castro, assinou um protocolo de intenções com a Nasdaq e a Global Environmental Asset Plataform (Geap), para estudar a viabilidade de implantação da plataforma de negociações. A gigante de tecnologia confirmou, em relatório para a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, a avaliação de viabilidade técnica para tirar o projeto, intitulado Nova Fronteira, do papel.

Nesta quinta-feira, dia 20, o diretor tesoureiro da OABRJ, Marcello Oliveira, reuniu-se com o secretário da pasta, Nelson Rocha, responsável pela implementação da iniciativa. Rocha será um dos convidados de um evento de grande porte que a Comissão de Direito Ambiental, presidida por Flavio Ahmed, promoverá em breve, com intuito de apresentar à classe as possibilidades de atuação da advocacia fluminense no segmento da sustentabilidade.

“A criação da bolsa verde pode trazer protagonismo para o Rio de Janeiro, que passará a liderar a economia verde no país e ter nela o esteio para uma retomada consistente neste pós-pandemia”, aposta Marcello. 



Para o presidente da Comissão de Direito Ambiental da OABRJ, Flavio Ahmed, a Seccional terá participação central nas questões que envolvem a regulação deste mercado de ativos verdes.

“A bolsa ‘verde’ do estado do Rio vem no momento em que o mercado de crédito de carbono ganha relevância no mundo todo e precisa deixar de ser um mercado livre, voluntário, para permitir que o estado intervenha no sistema”, avalia Ahmed, citando a emergência de temas como ESG como parâmetro de avaliação de empresas, marco do entrelaçamento da economia com a necessidade de preservação ambiental.  

“Abrirá-se, assim, um campo rico para a advocacia, posto que a proposta do governo inclui, por exemplo, a possibilidade de abatimento/quitação de impostos com créditos de carbono, movimentando recursos e gerando novas normas”.

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