Após seis horas de atraso, começou ontem, por volta das 16h, no Tribunal do Júri de Rio Bonito, o julgamento da ex-cabeleireira Adriana Ferreira de Almeida e de outros três acusados de envolvimento no assassinato do milionário Renné Senna, ocorrido em janeiro de 2007. Adriana, viúva da vítima - que havia acertado a Mega-Sena -, chegou ao fórum às 15h50m, acompanhada do advogado Jackson Rodrigues. Os outros réus são os PMs Ronaldo Amaral, o China, e Marco Antônio Vicente, além da professora de educação física Janaína Sousa. Das 19 testemunhas listadas pelo Ministério Público, nove foram dispensadas pela promotora Priscila Naegeli Vaz. As defesas de Janaína e Ronaldo dispensaram todas as testemunhas. Na semana passada, a ex-cabeleireira teve o pedido de habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça. Segundo a acusação, ela teria decidido matar o marido, em 2007, depois de descobrir que ele queria excluí-la do testamento. A defesa de Adriana, indiciada por homicídio qualificado, havia pedido ainda uma liminar para suspender o julgamento. A alegação foi de "excesso de linguagem" na sentença de pronúncia - aquela em que o juiz determina que o caso será julgado pelo Tribunal do Júri. Para a defesa, o "excesso" poderia influenciar negativamente os jurados. Outra alegação foi a de ter sido impedida de interrogar os outros réus. A defesa também argumentou falta de provas de que ex-cabeleireira tenha ordenado o crime. Em junho deste ano, a Justiça não reconheceu a união estável entre Renné e Adriana. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, o pedido foi julgado improcedente pela comarca de Rio Bonito. Desde a morte de Renné, Adriana trava uma batalha judicial com Renata Senna, a única filha do milionário, para ficar com os bens deixados pelo ex-lavrador. Entre os itens, está um carro ano 2000, que seria da ex-cabeleireira, mas que está com a filha de Renné desde 2007.