15/01/2016 - 11:55

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Máquinas para limpar cidades atingidas por lama são roubadas

jornal O Globo

A polícia investiga uma quadrilha suspeita de roubar máquinas e caminhões usadas na limpeza da lama nas cidades atingidas pelo rompimento da barragem da Samarco, em Minas Gerais. A limpeza está sendo feita com máquinas retroescavadeiras e escavadeiras.
 
Quatro delas, avaliadas em R$ 2 milhões, desapareceram na segunda-feira, 11, no distrito de Paracatu de Baixo. Foi um grande golpe. Eles usaram dessa tragédia para disponibilizar essas máquinas, para demonstrar que era realmente um serviço que estava sendo feito. Essas máquinas, ninguém sabe o paradeiro delas, diz Duarte Junior, prefeito de Mariana, pelo PPS.
 
Além das máquinas, o Ministério Público também quer saber onde foi parar R$ 1 milhão em doação. A Prefeitura de Mariana vai ser notificada nesta quinta, dia 14, e deve apresentar ao Ministério Púbico em cinco dias os documentos que comprovam a origem, o valor e a utilização das doações feitas para as vítimas da tragédia.
 
Na quarta, o Ministério Público abriu inquérito para fiscalizar como o dinheiro está sendo usado. Segundo o promotor de Mariana, Guilherme Meneghin, pelo menos, 15 moradores reclamaram da falta de transparência por parte da Prefeitura na administração do dinheiro.
 
O prefeito de Mariana disse que as doações no valor de R$ 1 milhão estão em duas contas bancárias e sendo administradas por um conselho formado por representantes da Prefeitura, da Associação Comercial, da arquidiocese, da OAB e dos moradores e que foi decidido em reunião com os moradores que o valor será dividido entre os chefes das famílias atingidas.
 
A Samarco entregou, na quarta, dia 13, um estudo de impactos no caso de um novo rompimento das barragens, mas para o Ministério Público o documento é um pré-projeto, que não atende ao pedido da promotoria. O que aconteceria se ela se rompesse? Quem seria atingido, qual a magnitude do dano, o tempo que levaria para esse impacto acontecer, para que tanto a empresa quanto o estado possam programar ações para resgate de pessoas e para minimização de danos ambientais, diz o promotor Mauro Elovitch.
 
A Polícia Federal indiciou, pelo rompimento da barragem, a Samarco, a Vale, acionista da mineradora, a Vogbr, que atestou a segurança das barragens e sete pessoas, entre elas o presidente da Samarco, Ricardo Vescovi.
 
Nós acreditamos que as provas que serão produzidas e que serão apresentadas pela empresa, pelas pessoas que estão investigando esse acidente, vão demonstrar que a empresa e seus empregados, seus gestores, agiram com correção, defende Paulo Freitas Ribeiro, advogado da Samarco.
 
A Vogbr informou que só vai falar sobre o indiciamento quando for notificada oficialmente. Em nota, a Vale disse que as suposições da Polícia Federal sobre a responsabilidade da empresa se baseiam em premissas que não têm relação com o acidente, conforme será oportuna e tecnicamente demonstrado pela mineradora. O prefeito de Mariana disse que na semana que vem vai publicar um edital com os nomes das pessoas que têm direito às doações para, depois, repartir o dinheiro.
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