26/06/2018 - 15:59 | última atualização em 26/06/2018 - 16:16

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Lançamento de livro traz à OAB nomes de destaque da esquerda

redação da Tribuna do Advogado

         Foto: Lula Aparício  |   Clique para ampliar
 
Clara Passi 
O lançamento do livro A experiência Tupamara – pensando em futuras insurreições, do uruguaio Jorge Zabalza, reuniu na noite de segunda-feira, dia 25, na Seccional, personalidades proeminentes da esquerda sul-americana: o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores e Empregados Municipais de Montevidéu, Anibal Varela, que também é dirigente da Federação Nacional e Municipal dos Funcionários Públicos do Uruguai e integrante da Frente Sindical do MLN e MPP; o jornalista e diretor-geral do Jornal Resumen Latino Americano da Argentina, Carlos Aznares; o professor universitário de Filosofia e Sociologia de Chapecó de Santa Catarina e integrante da Liga Latino Americana dos Irredentos, Jandir Santin; o militante social e integrante da Liga Latino Americana dos Irredentos Geraldo Jorge Sardinha; o advogado e diretor da TVC Rio Canal 6 da NET e integrante da Liga Latino Americana dos Irredentos, Paulo Gomes Neto, e o cineasta Silvio Tendler.
 
Organizado pelo Centro de Documentação e Pesquisa da OAB/RJ, o evento foi aberto pelo vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, André Barros, e teve a presença da viúva de Luiz Carlos Prestes Maria Prestes na plateia.  
 
A obra de Zabalza traz o relato e a reflexão do autor sobre o Movimento de Liberação Nacional - Tupamaros (MLN-T), um grupo marxista-leninista uruguaio de guerrilha urbana, que operou nas décadas de 1960 e 1970, antes e durante a ditadura civil-militar no Uruguai (1973-1985).
 
Atrás da bancada adornada por três bandeiras: a estampada com o rosto de Che Guevara, a do Movimento Tupamara  e a do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos, Barros elogiou os insurgentes uruguaios e falou de sua própria relação com a luta armada no Brasil. Aos três anos de idade, Barros foi usado como fachada pela tia, a guerrilheira Vera Silvia Magalhães, para prospectar informações para o sequestro do embaixador americano durante a ditadura militar no Rio de Janeiro.
 
Dono de uma obra voltada para as causas da esquerda, Tendler contou de quando conheceu Zabalza no Fórum Social Mundial, em 2011, em Porto Alegre. Segundo o cineasta, o escritor preferiu alojar-se junto com membros de organizações de luta por moradia em vez de hospedar-se num hotel. “Essa é a estirpe dele. Foi um grande guerrilheiro, passou 13 anos da cadeia durante a ditadura uruguaia. É um grande contador de histórias”.
 
Em tom inflamado, Aznares afirmou que as causas que fizeram com que militantes pegassem em armas nos anos 1970 hoje continuam presentes e de forma mais agravada. “A Venezuela está sofrendo os mesmos tipos de ataques que Cuba sofreu. O povo precisa de consciência política para defender seus interesses pelas vias necessárias", disse ele, que elogiou a atitude das mulheres na Argentina que pressionam pela descriminalização do aborto.
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