21/01/2013 - 09:29 | última atualização em 21/01/2013 - 14:04

COMPARTILHE

Idade é o maior entrave para a adoção, diz CNJ

jornal Folha de S. Paulo

Mais do que ser resistente a crianças pretas ou pardas ou ao sexo, é a idade o fator que mais afasta casais e solteiros da adoção. Esta foi a principal constatação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com base no perfil do Cadastro Nacional da Adoção.
 
Opções tão restritivas quanto a idade demonstram estar equivocado o foco da adoção, para o conselheiro Jefferson Kravchychyn. "Quando a adoção é só um ato de amor, funciona muito bem, e a pessoa não se importa com a idade", diz. "Mas muitos buscam a adoção como satisfação pessoal, porque não tiveram filhos."
Quando a adoção é só um ato de amor, funciona muito bem, e a pessoa não se importa com a idade. Mas muitos buscam a adoção como satisfação pessoal, porque não tiveram filhos
Jefferson Kravchychyn
conselheiro do CNJ
 
Segundo o juiz Antônio Carlos Malheiros, do TJ de São Paulo, estrangeiros têm mais facilidade em adotar adolescentes, deficientes ou soropositivos. "Não há outra explicação se não um problema cultural no Brasil [de não aceitar mais velhos]", diz Gabriel Matos, do CNJ.
 
Diretores de casas de acolhimento - Maria Helen Drexel e Centro Social Bom Parto, na capital, Cacav e Caribe Nosso Clubinho, em Ribeirã o- ressaltam que a lei acelerou a saída de crianças acolhidas. Isto porque criança hoje só entra em uma entidade com autorização do juiz, o que reduziu internações desnecessárias - antes, qualquer conselheiro tutelar podia encaminhá-las.
 
Outro ganho foram as chamadas audiências concentradas, quando casos são analisados pelo juiz e órgãos conjuntamente. Apesar disso, para Ariel de Castro Alves, da comissão da Criança e Adolescente da OAB, falta mais estrutura de técnicos nos fóruns e entidades para acelerar a análise de casos.
 
Abrir WhatsApp