01/12/2016 - 11:01 | última atualização em 01/12/2016 - 11:00

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Homicídios sobem 21% em outubro no estado

jornal O Globo

Em meio à crise financeira que assola o caixa, o governo enfrenta ainda o aumento da violência no estado. Estatística divulgada ontem pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) revela que os casos de homicídios dolosos em outubro subiram 20,9% em relação ao mesmo mês do ano passado: foram 462 assassinatos, contra 382. Na capital, no entanto, o número se manteve estável: cem no mês passado e 99 no mesmo período de 2015.
 
Já os registros de latrocínio (roubo seguido de morte) no estado triplicaram em outubro, subindo de dez para 30. Na capital, foram registrados 13 casos, enquanto no ano passado, apenas três. Os autos de resistência (mortes em confrontos com a polícia) também subiram mais na capital: 136,8%. No estado, a alta foi de 65,3%.
 
Veículos: 139 roubos por dia
 
A escalada da violência foi constatada também nos crimes contra o patrimônio. Foram 1.544 assaltos em ônibus no estado, mais do que o dobro registrado em outubro do ano passado. A sensação de insegurança nas ruas é reflexo ainda dos assaltos a transeuntes, que subiram de 5.123 para 8.980 no estado, o que representa um aumento de 75,2%. O número de roubos de celulares aumentou quase 80% no estado, de 1.086 para 1.952.
 
Os roubos de veículos também não arrefeceram. Bandidos levaram 4.182 carros no estado, uma média de 139 casos por dia. A alta foi de 67,2% em relação a outubro de 2015. Na capital, o aumento foi menor: 36,9%.
O ISP divulgou ainda o balanço dos dez primeiros meses do ano. De acordo com a estatística, foram 104.302 roubos de rua (de celulares, a transeuntes e em ônibus) no período, o que representa uma média de 14 crimes por hora. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 47,8%. De janeiro a outubro, houve aumento de 21% nos casos de letalidade violenta, que incluem homicídios, latrocínios e mortes durante confronto com a polícia.
 
Para o diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança do Rio de Janeiro, Vinícius Cavalcanti, o alto número de homicídios está ligado à disputa por territórios entre traficantes rivais: "Acredito que essa diferença possa ser creditada a essa disputa entre facções criminosas. Temos uma quantidade grande de bandidos querendo ser hegemônicos. Em função disso, temos esse grande número de mortes, numa situação desenfreada".
 
Ainda segundo Cavalcanti, a crise do estado favorece o aumento de furtos e roubos de rua. "Estamos vivendo um momento de fragilidade. As instituições estão sem verba, sem motivação. Por mais que haja empenho em não deixar a peteca cair, não podemos ser românticos e deixar de perceber que existe uma deficiência", afirmou ele, acrescentando que grupos criminosos estão cientes dessa vulnerabilidade das forças de segurança. "Eles não temem ser presos. Hoje, existem bandidos presos com fuzis que voltam às ruas".
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