29/10/2008 - 16:06

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Greve do Judiciário tem 65% de adesão em Niterói

Greve do Judiciário tem 65% de adesão em Niterói

 

 

Do Jornal do Brasil

 

29/10/2008 - Mesmo na semana em que é celebrado o Dia do Servidor Público, alguns representantes da classe não têm muitos motivos para comemorar. Segundo Márcia Denise Canena, diretora do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio (Sind-Justiça), a média de adesão à greve dos funcionários da Justiça é de 65% entre os servidores de Niterói.

 

Há 37 dias, os servidores da Justiça do Estado do Rio de Janeiro estão em greve por melhores salários. O governo não faz acordo e, enquanto isso, quem paga a conta é a população.

 

"Estamos reivindicando a aprovação do nosso projeto, que prevê reajuste de 7,3%, retroativo a 1º de maio", ressalta Márcia.

 

A sindicalista afirma que existe a expectativa de que a data da aprovação seja marcada ainda esta semana, e que a intenção é que esta situação seja resolvida o mais rápido possível.

 

 

Prejuízo para a população

 

Com a paralisação, mesmo que parcial, diferentes setores da sociedade acabam pagando um preço alto. Mesmo com a greve em andamento, o Tribunal de Justica do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) não decretou a paralisação na contagem dos prazos dos processos que estão em andamento.

 

"É lamentável. Isso traria menos prejuízo para os advogados. Essa atitude afeta a população que tem processos na Justiça, além dos advogados e servidores. Nosso desejo é que a greve acabe o mais rápido possível", garante Márcia.

 

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Niterói, Antônio José Barbosa da Silva, também se diz incomodado com esta situação.

 

"Os advogados não estão recebendo os honorários. Os processos não estão andando e os prazos deles continuam correndo. Inclusive aqueles estipulados para quem quer recorrer de alguma decisão e perde esta chance", explica.

 

Para o presidente, a greve é confusa. Ele justifica lembrando que alguns servidores continuam trabalhando normalmente, outros atuam de forma insatisfatória e muitos estão parados.

 

"Não é uma greve fechada, daquelas em que todo mundo pára. É uma greve mascarada, que está causando confusão", lamenta.

 

De acordo como presidente da OAB Niterói, é preciso haver diálogo entre o governo estadual e os grevistas.

 

"A solução é o governador receber os servidores e conversar. Só o que não pode é deixar a coisa correr solta", sentencia.

 

O presidente do TJ, desembargador Murta Ribeiro, afirmou que não irá suspender os prazos dos processos, mas não apresentou nenhuma razão para esta decisão.

 

Através de sua assessoria de imprensa, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) informou que ainda não há previsão para votação do projeto dos sindicalistas.

 

O governador Sérgio Cabral disse que só irá se pronunciar sobre o assunto após votação na Alerj.

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