Greve na Alerj reativa CPI do TCE Do jornal O Dia 01/11/2009 - Um confronto inusitado com o Judiciário marcou o trabalho da Assembleia Legislativa (Alerj) nas últimas semanas. Revoltados com a sentença do desembargador Nascimento Póvoas, do Tribunal de Justiça (TJ), suspendendo as atividades da CPI que investiga denúncias de irregularidades no Tribunal de Contas do Estado (TCE), deputados iniciaram greve branca, ameaçando suspender o trabalho na Alerj até o TJ voltar atrás. Presidente da comissão, Cidinha Campos (PDT) usou até o twitter para protestar contra o cancelamento da CPI. A crise só foi contornada depois que o próprio desembargador reviu parcialmente a sentença e permitiu a CPI de voltar a trabalhar. A greve acabou, mas os parlamentares não voltaram ao trabalho para valer, de imediato. Três sessões caíram depois do protesto, por falta de quórum. Só na quinta-feira, as atividades no plenário foram normais, quando foi votado projeto do governo que reajusta salários de agentes penitenciários. Outras matérias envolvendo aumentos para servidores e planos de cargos de várias categorais dominaram a pauta. Desde o protesto de professores nas escadarias do Palácio Tiradentes, dia 8 de setembro, com reação violenta da Polícia Militar, a Casa tem sido tomada por categorias do funcionalismo, interessados nas votações de projetos enviados pelo governo. As pressões sobre os deputados têm sido fortes, mas como a bancada governista é maioria, as conquistas dos servidores têm sido poucas. O próximo round será terça-feira, quando deputados votam projeto que reajusta em 5% os salários dos policiais civis e militares e dos bombeiros. O governo não cedeu às pressões das categorias, nem aceitou as emendas propostas. A disputa será no voto. No caso dos agentes penitenciários, na quinta-feira, a votação surpreendeu a base aliada, ao terminar empatada e ter de ser decidida pelo presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), a favor do governo.