19/04/2017 - 10:21 | última atualização em 19/04/2017 - 10:24

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Governo não obtém urgência para reforma trabalhista

jornal O Globo

O governo sofreu ontem uma derrota importante e não conseguiu aprovar um requerimento de urgência no plenário da Câmara para acelerar a votação da reforma trabalhista. Eram necessários 257 votos favoráveis, mas só foram registrados 230. O objetivo era aprovar a urgência para conseguir votar o projeto na comissão especial até amanhã e analisá-lo em plenário na semana que vem. Sem a urgência, no entanto, a proposta tem de esperar cinco sessões - um prazo para emendas e vistas - para ser votada na comissão especial.
 
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou costurar um acordo com a oposição para permitir que a urgência fosse votada. O argumento dos deputados era que, com a urgência, o projeto não poderia sofrer emendas e passaria da maneira como havia sido enviado pelo relator. Maia sugeriu, então, abrir a possibilidade de emendas até as 17h de hoje. Mas não teve sucesso.
 
Planalto vai conversar com infiéis
 
Após a votação, Maia ressaltou que o quórum havia sido baixo e que, a qualquer momento, outro líder pode apresentar novamente o mesmo requerimento de urgência: "A votação ocorreu com quórum baixo e eu encerrei a votação no momento errado. Se for apresentado outro requerimento, pode ser votado a qualquer momento."
 
A base do governo já se articula para apresentar um novo requerimento de urgência hoje.
 
Com a derrota na Câmara, o presidente Michel Temer se reuniu, ontem à norte, com o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, para definir a a estratégia de atuação nos próximos dias. e Imbassahy deve conversar com os líderes do governo na Câmara ainda hoje e tentar votar novamente o requerimento de urgência. Segundo assessores do presidente, Temer quer superar a questão o o mais rapidamente possível. "É sempre ruim (o resultado), mas é superável. Amanhã é outro dia - afirmou um interlocutor do governo.
 
No Palácio do Planalto, a avaliação é n que havia número suficiente de deputados da base na Casa, mas que a votação teria sido muito rápida - cerca de 16 minutos , o que, alegam, pode ter inviabilizado a chegada dos parlamentares ao plenário. Na reunião de le ontem, Temer e Imbassahy identificaram as bancadas infiéis da base, sendo os casos mais flagrantes os votos contrários vindos do PSB e do PPS, partido do relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (BA). "Vai ter "DR" amanhã", afirmou um assessor do Planalto, usando a metáfora de "discutir a relação" entre casais.
 
Apesar da preocupação, o governo minimizou a derrota em plenário e acredita que isso não atrapalhará a reforma da Previdência. Interlocutores admitem, no entanto, que é preciso mais conversas com os deputados da base: "Depois do café da manhã (com a base, sobre a Previdência), acho que faltou almoço e jantar para continuar alimentando o pessoal", brincou uma pessoa próxima ao presidente.
 
Durante a sessão, a mesa da presidência foi tomada por deputados do PSOL, com cartazes em protesto às denúncias envolvendo vários parlamentares nas delações da Odebrecht.
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