O ministro da Defesa, Raul Jungmann, confirmou ontem que as Forças Armadas, que reforçaram a segurança no Rio durante a Olimpíada, vão permanecer na cidade durante as eleições municipais. A permanência dos militares atenderá a um pedido formal do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o ministro, os militares vão garantir a segurança dos eleitores, das umas e dos candidatos em regiões dominadas pelo tráfico e pela milícia. Segundo o ministro, a atuação das Forças Armadas nas eleições do Rio deverá ser oficializada com a edição de nova medida de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Os custos da operação serão cobertos pelo TRE-RJ. "Nós vamos atender ao pedido. Agora, como vamos atender, ainda não está definido. Os recursos para o trabalho do TRE", disse o ministro. O general Fernando Azevedo Silva, chefe do Comando Militar do Lesvis (CML), disse que ainda é preciso aguardar o pedido formal para saber quantos militares serão empregados e onde eles atuarão. "O planejamento ao efetivo ainda será feito. O acerto é que não serio os mesmos militares que estão aqui nos Jogos do Rio", disse o general. O ministro e o general participaram de entrevista no CML para avaliação da segurança nos jogos do Rio. Também estavam presentes o almirante Leonardo Painel, comandante do Primeiro Distrito Naval; e o brigadeiro José Euclides da Silva Gonçalves, comandante do Terceiro Comando Aéreo Regional (Cornar). Ao encaminhar o pedido a Jungmann, Gilmar Mendes atendeu a um pedido do presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, desembargador Antônio Jiyme Boente. "Há muita insegurança no Rio de Janeiro. O próprio presidente (do TRE) nos pediu que fizesse intervenção. E nós cuidamos de reduzir essa preocupação ao ministro Raul Jungmann, da Defesa, para que pelo menos parte dessas forças lá permaneçam depois das Olimpíadas e alcancem o período eleitoral" afirmou o presidente do TSE, na nota. Em julho, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio solicitou a Rodrigo Janot, procurador-geral da República, que atuasse junto ao Ministério da Defesa para manter os militares das Forças Armadas no estado depois da Rio 2016. O pedido foi feito pelo procurador Sidney Madruga, coordenador da Procuradoria Regional Eleitoral do estado. Madruga levou em conta a suspeita de que 13 pré-candidatos na Baixada Fluminense foram mortos nos últimos meses por motivo político; e a crescente influência de milícias em comunidades do estado. No documento enviado à PGR, Madruga destacou a situação de calamidade pública decretada pelo governo do Rio. Ontem, Madruga disse ter ficado feliz com o anúncio do ministro. "Fico feliz com a conjugação de esforços. A população fluminense agradece. Tomara que isso ganhe fôlego e o reforço de tropas federais possa se repetir em todas as eleições no estado", afirmou o procurador.