Milhões de trabalhadores não tiveram o FGTS depositado pelas empresas nas quais trabalharam e podem ficar de fora do saque das contas inativas. Ao saber que o governo ia liberar o dinheiro do FGTS, a mineira Áurea Caroline foi logo consultar o saldo que deveria ter sido depositado por uma empresa que pediu demissão há alguns anos. Ela descobriu, no entanto, que a empresa faliu e nunca pagou o que lhe devia. Assim como Áurea, cerca de sete milhões de trabalhadores não tiveram o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço depositado pelas empresas onde trabalharam nos últimos anos. A estimativa é da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Solicitação O diretor de fundos de governo da Caixa Econômica Federal, Valter Nunes, diz que, se o dinheiro não foi depositado, o banco não tem como fazer o depósito dos recursos das contas inativas do FGTS. Ele sugere que o trabalhador faça uma reclamação no Ministério do Trabalho. É este também o conselho do presidente da Comissão de Direito Empresarial do Trabalho da OAB de São Paulo, Horário Ferreira. Como uma ação trabalhista pode demorar anos para ter resultado, o melhor é que o trabalhador tente, primeiro, tratar do tema diretamente com a empresa, se ela ainda existir, ou até com os antigos sócios. A advogada Márcia Dinamarco, especialista em direito trabalhista e professora da PUC de São Paulo, alerta ainda que há um prazo de 5 anos para reivindicar direitos como esses.