Caio Barbosa O presidente do Conselho Federal e ex-presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, fez um discurso contundente, no início da noite desta terça-feira, dia 19, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, durante a sessão solene de posse dos novos diretores da OAB Nacional e dos 162 conselheiros federais (titulares e suplentes) que ficarão à frente da entidade no triênio 2019-2022. A Diretoria do Conselho Federal da OAB é composta também pelo vice-presidente, Luiz Viana Queiroz, pelo secretário-geral, José Alberto Simonetti, além do secretário-geral adjunto, Ary Raghiant Neto, e do diretor-tesoureiro José Augusto Araújo de Noronha. Felipe recordou que é o primeiro filho de desaparecido político – o estudante de Direito Fernando Santa Cruz – a presidir o Conselho Federal da OAB, e pontuou sobre o quadro de intolerância reinante no país, citando o brutal assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, cujas investigações, mesmo após um ano do atentado, ainda não chegaram aos mandantes do crime, e a tentativa de assassinato do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral. “O mundo quer, exige e precisa saber quem matou Marielle Franco”, disse ele. “A violência não deve servir de oxigênio para a política. A linguagem do ódio asfixia o debate plural, fundamental em qualquer democracia”, acrescentou. O novo presidente nacional da OAB também condenou duramente o que chamou de “milícias digitais”, que se utilizam das “fake news” como armas para calar o debate político no país. E disse que o papel da Ordem não é somente a defesa da justiça, mas também o bom debate que conduza o país à paz social. “Conviver com o contraditório e participar de debates é requisito obrigatório de todo advogado. Nossa profissão só viceja no solo fértil das liberdades”, alertou Felipe, para quem a livre iniciativa, a preservação do meio ambiente, a liberdade de imprensa, o respeito à diversidade e às prerrogativas da advocacia são elementos basilares para que o país retome a agenda do progresso e do desenvolvimento. O presidente da Seccional, Luciano Bandeira, que acompanhou a cerimônia em Brasília, fez coro com as palavras de Felipe: “Ter Felipe Santa Cruz como presidente do Conselho Federal neste momento tão delicado do país, que atravessa uma onda de intolerância e violência sem igual, é uma conquista de todos nós. O privilégio que tenho por gozar da amizade pessoal de Felipe me permite afirmar se tratar de uma das pessoas mais abertas ao debate que conheci na vida. E não há nada mais importante neste momento do que o diálogo, o respeito às diferenças, para o país voltar a crescer”, disse Luciano.