O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, elogiou nesta segunda-feira, dia 23, o posicionamento do Conselho Federal a respeito das denúncias publicadas em uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo sobre o ministro do Planejamento, Romero Jucá. A matéria revelou que, em ligações telefônicas de março deste ano, Jucá mencionou a existência de um pacto para frear as investigações da Operação Lava-jato, diante de uma eventual mudança de governo. Na nota divulgada pela OAB nacional, o presidente Claudio Lamachia diz que a Ordem espera que o governo interino possa corresponder às expectativas da sociedade, tomando medidas à altura da gravidade da situação. “Parabenizo o Conselho Federal e seu presidente pela pronta resposta aos anseios da sociedade”, declarou Felipe. Leia, abaixo, a íntegra da nota. As revelações feitas pelo jornal Folha de S. Paulo na manhã desta segunda-feira a respeito de diálogos do ministro Romero Jucá com um interlocutor, supostamente tratando de interferências na Operação Lava-jato e no Judiciário, expõem um problema com o qual o Brasil precisa lidar de forma urgente. Lamento que o país tenha, mais uma vez, que passar por um processo de impeachment de um chefe do Executivo. O afastamento da presidente Dilma Rousseff, no entanto, é legítimo e legal. Essa foi a conclusão dos representantes das advogadas e advogados após ampla e minuciosa análise. A Ordem dos Advogados do Brasil torce pelo sucesso do país e espera que o governo interino possa corresponder às expectativas da sociedade. Por isso, espero que o presidente em exercício tome medidas à altura da gravidade da situação. Desde que o novo ministério foi anunciado, alertei para o risco de pessoas sob suspeita, investigadas pela Operação Lava Jato, estarem no primeiro escalão do governo federal. A Lava-jato precisa acontecer com independência e celeridade. A sociedade clama por respostas rápidas. O novo governo, alçado ao poder pela via constitucional e não pela via eleitoral, precisa ser um exemplo ético. Quem é investigado pela Operação Lava Jato não pode ser ministro de Estado, sob o risco de ameaçar a chance que o Brasil tem de trilhar melhores rumos. Qualquer ação suspeita praticada pelos ministros investigados colocam o governo todo em xeque. Todos os cidadãos têm direito à ampla defesa e ao devido processo legal. Mas as altas autoridades responsáveis pela condução do país precisam estar acima de qualquer suspeita. Os investigados devem poder se defender sem, para isso, comprometer a credibilidade das instituições.” Claudio Lamachia Presidente do Conselho Federal da OAB