Lançado em 2015, o livro Presos que menstruam, da jornalista Nana Queiroz, será apresentado e debatido na OAB/RJ no próximo dia 18, às 18h, em evento realizado pelo grupo de trabalho Mulheres Encarceradas, que faz parte da Comissão de Política Criminal e Penitenciária (CPCP) da Seccional. A obra aponta as condições precárias a que mulheres são submetidas nas prisões brasileiras, onde são tratadas como homens, segundo a autora. “As prisões não foram feitas pensando nas mulheres, em fatores particulares da vida de uma mulher, suas necessidades básicas, que são diferentes das de um homem. Por exemplo, o papel higiênico enviado para as prisões femininas tem a mesma quantidade dos que vão para as masculinas, desconsiderando que mulheres, por natureza, utilizam mais. Em relação aos absorventes, são disponibilizadas quatro unidades, em média, para todo o período menstrual de cada presa, segundo pesquisas. Todos sabemos que isso foge da realidade de qualquer mulher”, observa a coordenadora do grupo de trabalho que organiza o evento, Caroline Bispo. Bispo participará dos debates sobre o livro guiados pela apresentação em vídeo da autora. Também estarão na mesa o presidente da CPCP, José Soares de Andrade; a advogada Thais Pinhata; e a professora da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luciana Boiteux, que coordenou, junto com a conselheira seccional Maíra Fernandes, uma pesquisa sobre as condições da maternidade atrás das grades. Documentário sobre o tema será exibido na Ordem Mais uma obra sobre o drama das mulheres nas prisões, o documentário produzido pela Pastoral Carcerária intitulado A mulher e o cárcere será exibido na sede da Seccional no dia 25, em mais uma realização da comissão. Segundo Bispo, a ideia é desdobrar o tema em eventos recorrentes, para gerar a visibilidade necessária para os problemas encontrados pelas pesquisas realizadas nas penitenciárias. A exibição do curta documental contará com a presença da membro do Conselho Penitenciário do Rio de Janeiro Fernanda Prates e da juíza Cristiana Cordeiro, que atuou na Vara da Infância e da Juventude cuidando de casos de crianças nascidas na Unidade Materno Infantil do presídio Talavera Bruce.