20/04/2023 - 16:38 | última atualização em 20/04/2023 - 17:18

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Evento na OABRJ aborda desafios enfrentados pelas lideranças femininas na sociedade

Encontro contou com diversas palestras focadas na presença da mulher nos espaços e cargos de poder

Biah Santiago



O papel das mulheres na sociedade passa por diversos desafios, e foi a partir deste fato que a Diretoria de Valorização da Advocacia da OABRJ promoveu evento nesta quarta-feira, dia 19. O encontro, que falou sobre o enfrentamento das lideranças femininas ao longo dos anos, foi transmitido na íntegra pelo canal da Ordem no YouTube. Assista quando quiser!

“Devemos enfatizar os avanços que obtivemos nos últimos anos. A Ordem deu uma lição institucional à toda sociedade ao instituir a paridade de gênero nos cargos eletivos, na Seccional, nas subseções e no Conselho Federa”, destacou a vice-presidente da OABRJ, Ana Tereza Basilio, na abertura do evento. 


“Como um dos exemplos de conquistas encampadas pela OABRJ, tivemos a criação da Secretaria da Mulher no estado. Muitos foram os alcances, mas ainda temos um longo caminho a enfrentar, especialmente em termos de políticas públicas e de combate à violência contra a mulher, sendo o Rio de Janeiro o estado que possui mais casos e altos índices. Temos que incentivar e privilegiar a participação da mulher nos cargos de poder”.



Para a vice-diretora de Valorização da Advocacia da Seccional, Carolina Miraglia, o tema fomenta diversos debates e, ainda assim, “cada vez mais notamos que é necessário falar mais sobre isso”.

“A Diretoria escolheu este assunto, pois entendemos que a mulher pode e deve empoderar-se, mas infelizmente notamos que ainda há muitos enfrentamentos nos espaços de liderança, por exemplo”, ponderou Miraglia. “Enfrentamos a falta de respeito e comentários discriminatórios todos os dias e temos que criar e dispor ferramentas para auxiliar mulheres, porque a sociedade só mudará se todas nós estivermos de mãos dadas para enfrentar tudo isso”. 

Também compuseram a mesa, predominantemente feminina, a criadora do Grupo de Apoio à Mulher (Gram), Solange Pires; a pesquisadora das lutas femininas e escritora, Lily A.; a delegada de polícia estadual Flavia Monteiro de Barros; a professora universitária Roberta Piluso; a integrante da Comissão OAB Mulher RJ junto ao GT de Enfrentamento à Violência de Gênero Alessandra Ulrich; o presidente da OAB/Nova Iguaçu, Hilário Franklin; e as integrantes da Diretoria de Valorização da Advocacia da OABRJ: a coordenadora-adjunta, Mariana Sauwen; a coordenadora, Alexandra Missagia; e a advogada Leticia Guerrieiro.

As palestrantes falaram sobre o enfrentamento e a presença da mulher nos âmbitos de liderança como, por exemplo, nas universidades, na literatura, nas instituições policiais e nos ambientes jurídicos.

“Graças a nossa constante luta, estamos conseguindo enfrentar e empoderar mais mulheres”, declarou a delegada Flavia Monteiro.


“O empoderamento feminino nada mais é do que a elevação do status, através de práticas que fortaleçam as mulheres, para que elas tenham direito de fazer tudo aquilo que seja de sua vontade. É importante realizarmos mais debates como esse, em que cada mulher compartilha suas experiências profissionais. Não buscamos ser superiores, e sim ter nossos espaços na sociedade”.



Segundo a autora Lily A., a escrita faz parte da base de entendimento humano e social.

“Desconheço qualquer ruptura sem que a disseminação por meio da escrita tenha sido presente, ao menos nos últimos séculos. Até pouco tempo atrás, as mulheres não tinham acesso ao ensino, ou seja, não aprendiam a ler nem a escrever. Foi um caminho longo para chegarmos até aqui”, considerou a escritora. 

“Hoje as mulheres são maioria nos ambientes acadêmicos. Apesar de comemorarmos algumas vitórias, que são importantes, ainda temos vários aspectos para melhorar. Precisamos incentivar e consumir produções literárias feitas por mulheres, além de outros trabalhos que sejam feitos por elas.

Na ocasião, o presidente da Subseção de Nova Iguaçu, Hilário Franklin, disse ser um gestor irmanado com a pauta feminina.

“A mulher precisa e deve ocupar todos espaços, pois não deveria haver diferença e a realização de eventos para discutir sobre isso. A Ordem não tolera nenhum tipo de violência e abuso contra as mulheres, sejam advogadas ou não”, disse Franklin ao final do encontro. “Existem outras pautas em que as mulheres podem ser líderes, sem pedir licença por participação nos locais que as pertencem”.

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