17/06/2019 - 17:29 | última atualização em 17/06/2019 - 17:38

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Evento da CDPD coloca em primeiro plano pessoas autistas e com Síndrome de Down

Clara Passi

Com mesas chamadas pela blogueira Samanta Quadrado, uma jovem com Síndrome de Down, e abertura realizada pelo subsecretário da Pessoa com Deficiência do Município do Rio, Geraldo Nogueira, o evento da Comissão de Defesa de Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB/RJ, Down & autistas: ups and downs da inclusão, buscou dar o máximo de visibilidade às pessoas que convivem com tais condições. Até mesmo na apresentação da bateria da Escola de Samba Mirim da Caprichosos de Pilares que encerrou o encontro realizado nesta segunda-feira, 17, na Seccional. Na ocasião, o intérprete da escola de samba União da Ilha, Ito Melodia, cantou Eu sou autista, de sua autoria. 

“Temos hoje um aumento do número de diagnósticos de autismo e um grande índice de pessoas com Síndrome de Down na população e ainda há muita dificuldade de inclusão no mundo do trabalho, da educação e da saúde. Por isso, quisemos fazer um evento que contemplasse as duas categorias. Para sensibilizar a sociedade para o fato de que esse público existe, tirá-los da invisibilidade e, assim, trazê-los para discussão diária”, afirmou o presidente da CDPD, Caio Sousa. 

Diante de uma plateia engajada, formada em grande parte por parentes de pessoas com deficiência, o médico Jair Moraes foi o primeiro a palestrar. O tema foi o diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que, segundo um levantamento da Organização Mundial de Saúde mencionado por ele, afeta entre 1 e 2 milhões brasileiros. Moraes queixou-se da concorrência dos profissionais especializados enfrentam contra o "Doutor Google”, falou da influência de fatores genéticos e ambientais e do fato de ter aumentado o número de reconhecimento de casos no país - em 2004, a prevalência do TEA era de uma em 166 crianças. Em 2018, foi de uma em 59. Um dos motivos, segundo ele, é a maior conscientização sobre os sintomas.

A presidente da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profissões Afins (Abenepi/RJ), Rita Thompson, emocionou os participantes com a exibição de uma reportagem sobre uma adolescente autista americana que conseguiu se comunicar com os pais a partir de um programa de computador e surpreendeu a todos com a eloquência do que escreveu. Capacitação dos pais e debates sobre autogestão, o Plano Educacional Especializado e perspectivas para a vida adulta das pessoas com deficiência foram outros pontos abordados. 

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