27/08/2024 - 16:11 | última atualização em 27/08/2024 - 18:07

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Evento com ato ecumênico homenageia a memória de D. Lyda Monteiro

A secretária do presidente do Conselho Federal da OAB morreu no atentado a bomba contra a OAB no final da ditadura militar

Ana Júlia Brandão




A OABRJ homenageou a memória de d. Lyda Monteiro, vítima da carta-bomba enviada ao então presidente da Ordem, Eduardo Seabra Fagundes, de quem era secretária. O episódio ocorrido em 1980, neste mesmo 27 de agosto, foi um dos mais traumatizantes do final da ditadura militar. 

O evento promovido pelo Centro de Documentação e Pesquisa da Seccional, em parceria com a ESA e com a Comissão dos Direitos da Mulher do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), foi realizado no auditório Sylvio Capanema da Escola Superior de Advocacia (ESA) e incluiu um culto ecumênico com a candomblecista Arethuza D’Oyá, o padre Álvaro Inácio e o pastor Rodrigo Rossi.

Assista à transmissão na íntegra pelo YouTube. 


Na abertura, a vice-presidente da OABRJ, Ana Tereza Basilio, reforçou a necessidade de se relembrar o episódio para que não se repita e frisou que a Ordem deve se manter atenta ao seu compromisso com os direitos humanos. 


“É muito importante lembrarmos desse momento trágico, para reforçar como esta casa está à frente das grandes lutas democráticas e daquilo que se espera do Estado democrático de Direito.”



Também participaram o secretário-geral e a secretária-adjunta da Seccional, Marcos Luiz Souza e Mônica Alexandre; a presidente da Comissão dos Direitos da Mulher do IAB, Rita Cortez; o diretor-geral da Escola Superior de Advocacia da OABRJ, João Quinelato; a 2ª vice-presidente do IAB e 1ª vice-presidente da Comissão dos Direitos da Mulher do IAB, Adriana Brasil Guimarães; a 2ª vice-presidente da Comissão dos Direitos da Mulher do IAB e conselheira da OABRJ, Debora Batista Martins.

Marcos Luiz reiterou a força e a representatividade da imagem de d.Lyda Monteiro.

“A principal prerrogativa deste evento é, sem sombra de dúvidas, a memória de dona Lyda. Ela representou um marco, não só na história da Ordem, mas também na história do nosso país, foi uma verdadeira mártir e, a partir dessa comovente tragédia, da história dessa mulher que dedicou toda a sua vida para esta instituição, a democracia brasileira começou a ser, finalmente, restaurada".

Já Mônica Alexandre afirmou a importância de se honrar o legado de d.Lyda.

“Dona Lyda nos deixou uma herança que diz respeito à nossa democracia. Este evento reúne pessoas importantíssimas que atuaram para que pudéssemos estar aqui discutindo e falando sobre democracia abertamente. Esta iniciativa não deixa que um momento tão importante da nossa história passe em branco. Estamos aqui para lembrar de tudo o que não podemos jamais esquecer".

Um segundo painel foi composto pelo diretor do Centro de Documentação e Pesquisa da OABRJ, Aderson Bussinger; pelo advogado e ex-deputado federal Miro Teixeira; pelo filho de d.Lyda Monteiro, o também advogado Luiz Felippe Monteiro; pela advogada militante dos Direitos Humanos e fundadora do Comitê pela Anistia, Ana Maria Müller; e pelas integrantes da Comissão dos Direitos da Mulher do IAB Flora Strozenberg e Glória Márcia Percinoto.


“Preservar a memória é um ato de resistência - seja contra aqueles contra quem precisamos resistir ou a cultura de que temos de agir com displicência em relação a episódios como o atentado que a OAB sofreu. Por isso, estamos aqui hoje celebrando a memória e a importância de Lyda Monteiro”, afirmou Aderson Bussinger. 



Para Rita Cortez, a possibilidade de aprendizado proporcionada por colegas que viveram o episódio é fundamental.

“Se hoje estamos fazendo este evento, devemos àqueles que lutaram contra a ditadura, e dona Lyda faz parte desse grupo. Foram pessoas que contribuíram para a liberdade e para a democracia, então não podemos deixar que o dia 27 de agosto passe em branco".

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