13/09/2017 - 16:27 | última atualização em 13/09/2017 - 16:39

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Evento aborda o tratamento dado ao crime de pedofilia

redação da Tribuna do Advogado

Foto: Bruno Marins   |   Clique para ampliar
Abordando desde a estrutura cultural e psíquica até as consequências jurídicas e o tratamento dado pelas polícias Civil e Federal ao crime de pedofilia, as comissões dos Direitos da Criança e do Adolescente e de Políticas sobre Drogas da OAB/RJ realizaram, em conjunto, uma palestra na noite desta terça-feira, dia 12, que reuniu especialistas para atualizar os advogados sobre o tema.

“Nossa preocupação é apresentar o lado tanto das crianças e adolescentes quanto dos seus familiares”, disse o presidente da Comissão de Políticas sobre Drogas, Wanderley Rebello, na abertura do evento, observando que este é um crime que na maioria das vezes é silencioso e que tem como agressor uma própria pessoa da família.

Já a presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente, Silvana do Monte Moreira, trouxe dados que mostram como nas regiões Norte e Nordeste do país o crime é uma realidade ainda mais presente: “Nós lidamos muito com esse problema, aqui no Sudeste, mas quando vamos olhar as estatísticas do Norte e Nordeste, nos deparamos com um quadro assustador de exploração de crianças e adolescentes”.

Delegada da Polícia Federal, Paula Mary explicou como a questão é tratada, tanto pela sua instituição quanto pela Polícia Civil, apresentando diferentes casos. “Nossa intenção, ao pegar um caso desses, não é achar culpados. É fazer justiça. Mas muitas vezes isso é difícil frente à estrutura que temos para o sistema policial como um todo. Quando lidamos com crimes de internet, por exemplo, que é um dos principais ambientes de ocorrência de pedofilia, o tempo é muito precioso. E há casos em que a própria burocracia nos prejudica”.

Ela falou também sobre a falta de preparo técnico de muitos colegas para lidarem com os crimes cometidos pela internet: “A área virtual ainda é muito carente de advogados. Muitos chegam lá na delegacia demonstrando um amplo conhecimento jurídico, mas quando se trata da parte técnica em relação ao ambiente digital nós percebemos que poucos conseguem acompanhar”.

A palestra também contou com a participação do psicólogo Arnaldo Risman, que explicou as consequências e sinais psicológicos de quem passa por um caso como esse, tanto no caso de vítima como de familiar.
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