06/12/2016 - 17:46 | última atualização em 06/12/2016 - 17:45

COMPARTILHE

Escritórios dão dicas sobre efetivação de estagiários

redação da Tribuna do Advogado

Foto: Luciana Botelho   |   Clique para ampliar
“Se enxerguem como futuros advogados”. Essa foi a principal dica dos representantes de escritórios de advocacia que participaram, na manhã desta terça-feira, dia 6, do evento que debateu os caminhos para a efetivação de estagiários, realizado pela Comissão de Estágio da OAB/RJ. Segundo o presidente da comissão, João Quinelato, a ideia do encontro era entender o que os escritórios esperam dos estagiários, mas também apresentar qual é o perfil atual dos estudantes de Direito. “As gerações são diferentes e temos que aprender a nos adaptar a esse mercado de trabalho. Mas uma coisa é unânime: o estudo é indissociável da profissão, portanto é preciso se capacitar”, disse.

O primeiro palestrante do dia, João Pedro Barroso do Nascimento, falou um pouco sobre o perfil atual dos estagiários. “Eles são os chamados Millennials, geração que tem uma relação diferente com o trabalho. Eles querem desafios e crescimento profissional. Não querem ser só mais um funcionário do escritório, querem fazer a diferença. E se eles não se sentem valorizados, mudam de emprego. Precisamos tornar os ambientes atraentes para mantermos esses profissionais, extremamente capacitados, nos nossos escritórios”, defendeu.
 
A importância de conciliar os estudos na faculdade com o trabalho no escritório foi levantada por Frederico Moura. Segundo ele, este é um grande desafio que os estagiários enfrentam atualmente. “É preciso ser bom nas duas coisas”, disse. Ele lembrou que a Lei de Estágio, em vigor desde 2008, limitou o período do estágio por, no máximo seis horas por dia, e em épocas de provas os estagiários precisam conversar sobre a necessidade de flexibilizar o horário para estudar. Ele também destacou que o estagiário deve compensar a falta de experiência profissional com comprometimento. “Quanto mais você observa, pergunta e se mostra interessado, mais você vai adquirir experiência com aqueles que trabalham com você. Ser proativo é fundamental”.

A proatividade foi uma característica considerada fundamental também por Luiz Marcelo Góis. “Os escritórios procuram estagiários que sejam honestos, interessados no que vão fazer, organizados e com coragem de conversar, se expor, de emitir opinião. Não buscamos gênios do Direito”, disse. Ele sugeriu que nos períodos iniciais, quando ainda não podem estagiar, os universitários focassem em estudar a base, em se tornarem multidisciplinares e no aperfeiçoamento da língua portuguesa. “Priorizem o estudo para serem bons profissionais”, afirmou. Ele também elencou responsabilidade, boa comunicação, maturidade emocional para lidar com prazos e ambiente de pressão como qualidades essenciais para estagiários de escritórios de advocacia. 

Sobre processos seletivos, Flávio Spaccaquerche aconselhou aos estudantes que busquem estágios em áreas nas quais eles gostariam de trabalhar, não só por causa da colocação no mercado. E uma vez contratados, é preciso profissionalismo. “Entendam que o estágio é um trabalho que exige uma relação de seriedade. Até as funções aparentemente mais simples, como tirar cópias, por exemplo, devem ser feitas com comprometimento pois afetam todo o esquema de trabalho do escritório”. 

Uma dica da recrutadora Isabel Pumar para os estudantes de Direito é que eles conversem com os professores. “Ao se interessarem por uma matéria, fale com o professor e veja se ele pode te encaminhar para algum lugar, saiba onde ele trabalha. O aluno interessado, que se torna o bom estagiário, nem sempre é o melhor da turma”, afirmou. Ela sugeriu uma pesquisa básica sobre o escritório e a vaga antes da entrevista. “Saiba quem são os principais sócios e conheça um pouco do escritório. Isso faz diferença”, afirmou.

A membro da Comissão de Estágio Natalie Ribeiro contou um pouco da sua experiência como estagiária. “É preciso ter ambição positiva e não ficar restrito a apenas uma área, porque isso abre as portas”, afirmou. Segundo ela, apesar de o ambiente corporativo ser competitivo é preciso ver os outros estagiários como colegas e não como adversários. “Muitas vezes a pessoa que mais pode te ajudar está na baia ao lado. Não deixe que a vontade de ser contratado te impeça de ver isso”, disse. 
 
Abrir WhatsApp