Cobertura completa Primeira mulher a integrar o Superior Tribunal de Justiça (1999 a 2013), e também a ocupar o cargo de corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça (2010 a 2012), a ministra aposentada Eliana Calmon fez a palestra de encerramento da I Conferência Estadual da Mulher Advogada, cujo tema foi o Papel da mulher brasileira na atualidade política. Segundo a ministra, o momento é propício para transformações, pois a “era do político macho, branco e rico acabou”. Calmon iniciou sua fala defendendo a ideia de uma sociedade equilibrada. “Somos todos iguais do ponto de vista da Constituição. Mas sabemos que temos uma sociedade extremamente desigual. A identidade que nós aqui temos com as cortadoras de cana é o fato de sermos mulheres. O movimento feminista se moderniza a partir do momento em que buscamos vencer as diferenças, para alcançar o equilíbrio da sociedade. É importante ainda chamarmos para o nosso lado outros grupos minoritários, como o movimento LGBT, também fragilizados e discriminados”, afirmou. A ministra falou também da necessidade de empoderamento político. “Somente ocupando os cargos de poder teremos a noção do que iremos fazer de diferente para anular essa discriminação de gênero. Lutar pela igualdade é fazer um enfrentamento cultural, familiar, trabalhista, econômico. Em razão de uma sociedade patriarcal, nós mulheres somos induzidas a achar que o homem sempre está na frente”, completou ela, ressaltando que o exercício pleno da cidadania é o caminho para superar essas questões. “A hora da mulher, das mudanças, é agora. Nunca vi tantas pessoas falando de política. O caminho é a cidadania, precisamos mostrar que não somos cidadãs de segunda categoria. A era do político macho, branco e rico acabou. Nós mulheres estamos com a faca e o queijo na mão para exercermos nossa cidadania plena, com uma participação na política mais ousada e incisiva”, finalizou.