Alteração de códigos processuais e adoção de repercussão geral ou súmula vinculante não são remédios para conter a avalanche de novos processos trabalhistas - 3,6 milhões em 2011. Para o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Carlos Alberto Reis de Paula, a solução é a aprovação de três projetos de lei em andamento no Congresso Nacional. Ele afirma, porém, que o Legislativo, sob o governo do PT, está insensível às questões trabalhistas. "Nossa sociedade valoriza muito mais o dinheiro do que o trabalho", diz. Leia a entrevista Visto por colegas como homem de opinião forte, mas bom ouvinte e acessível, o ex-seminarista afirma que está largando tudo para se dedicar exclusivamente à presidência do TST. Deixou a Universidade de Brasília (UnB) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para uma gestão de apenas um ano. Assumirá em 5 de março e deixará a Corte em fevereiro de 2014, com a aposentadoria compulsória aos 70 anos. Mas promete deixar sua marca. Como uma das primeira medidas, anunciará que em 2013 os ministros não vão parar por uma semana para analisar a jurisprudência, estudar alterações regimentais e propostas de modificação na legislação trabalhista. Não se pode realizar outra Semana do TST com tanta proximidade. Isso faz com que as coisas não estejam maduras, afirma o ministro que, entre um cigarro e outro, concedeu uma entrevista exclusiva ao Valor.