Em entrevista à coluna Justiça e Cidadania, do jornal O Dia, nesta terça-feira, dia 23, o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, falou sobre o pedido de impeachment do presidente Michel Temer, votado pelas seccionais da Ordem no último fim de semana, e criticou a postura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que prometeu arquivar a solicitação. Felipe também voltou a marcar posição contrária às reformas trabalhista e previdência que, segundo ele, só beneficiam os empresários. Leia a íntegra abaixo. Com a palavra, Felipe Santa Cruz Presidente da OAB/RJ Aposta de queda de Temer no TSE A OAB anunciou que vai pedir o impeachment do presidente Michel Temer. Mas o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), promete arquivar. Como o processo é mais político do que jurídico, a expectativa é a de que a chapa Dilma-Temer seja cassada no TSE. Temer diz que as denúncias dos empresários da JBS são espetaculosas, o país fica escandalizado com mais um caso de corrupção. Maia arquivará pedidos de impeachment? O processo é político e social. O fato de ser aliado do presidente não pode permitir que ele encaminhe. Agora, um em cada três deputados receberam caixa 2. Os fatos são graves. No caso de Temer, há crimes comum e de responsabilidade. Isso pode parar no Supremo. O afastamento pode ir com a cassação da chapa Dilma-Temer? É o que ficou claro. O presidente operava com o caixa 2. O TSE tem que pedir o compartilhamento de provas das delações da JBS ao ministro Luiz Fachin. É possível ocorrer as reformas trabalhista e previdenciária? Essas reformas só beneficiam os empresários. Temer faria um favor à sociedade se renunciasse. No Brasil tem até prisão premiada, no caso de Eduardo Cunha? É um silêncio remunerado por empresários com a anuência do presidente. O silêncio do Cunha parece ser muito valioso.