Em entrevista publicada nesta terça-feira, dia 14, pela coluna Justiça e Cidadania, do jornal O Dia, o presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz, comenta os recentes ataques à Justiça do Trabalho e a reforma trabalhista. Leia, abaixo, a íntegra. Sem o fim da Justiça do Trabalho A declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), de que a Justiça do Trabalho não deveria existir provoca eco nas entidades. A frase cai como uma luva para os patrões, no momento com um dos maiores índices de desemprego, quando as varas trabalhistas ficam abarrotadas. Mas o ataque à legislação rende ao parlamentar maior resistência à Reforma Trabalhista. Como o senhor analisa a declaração feroz de Maia contra a Justiça do Trabalho? Felipe: Infeliz. Ele abstraiu o debate sobre a livre negociação que fortalece os sindicatos. A Central Única dos Trabalhadores quando foi fundada defendia essa ideia. O patronato está mais fortalecido? Felipe: Da forma que o presidente da Câmara se posicionou, sim. A Justiça do Trabalho é do desempregado e protege as garantias dos direitos sociais, mas ainda há ilegalidades, como o trabalho escravo. Um em cada cinco brasileiros está sem emprego. Pode-se discutir a modernização da legislação, sim, mas sem o fim da Justiça do Trabalho. Risco de retrocesso? Felipe: Sim. Se for feito com espírito de vingança. Qual a posição da OAB/RJ? Felipe: Tiramos posição nacional onde reafirmamos a importância da Justiça do Trabalho. Por trás da reforma não pode estar o fim. A Ordem fará um grande debate.