21/11/2017 - 14:26 | última atualização em 24/11/2017 - 12:02

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Em entrevista, Felipe analisa a violência no Rio de Janeiro

jornal Extra e redação da Tribuna do Advogado

Em entrevista ao jornal Extra, o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, comentou sobre os crescentes índices de violência no Estado do Rio de Janeiro. Para ele, é preciso criar uma agenda para cobrar o governo sobre o tema.
 
Leia a íntegra da entrevista:
 
'Sem segurança, o Rio vai falir'

Para o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, há uma "epidemia de armas de guerra no Rio". Por isso, a entidade que tem uma posição histórica contra aumentos de pena para crimes hediondos - passou a defender punições maiores para criminosos flagrados com fuzis. Em entrevista ao Extra, Santa Cruz afirma que a posição não entra em conflito com a história da OAB, defende o uso da tecnologia na segurança pública e propõe a criação de uma agenda para cobrar o governo sobre o tema.
 
Como a OAB pode ajudar a encontrar saídas para a crise de segurança pública que o Rio vive?
A OAB do Rio já percebeu que, se não combatermos os problemas de violência do estado, o Rio vai à falência. Por isso, como parte da sociedade civil queremos propor a criação de uma agenda unificada, mais pragmática. Estamos cansados desse jogo de empurra. Temos que ter uma agenda para podermos cobra.
 
Quais medidas a OAB defende?
Defendemos medidas que tenham como objetivo resultados práticos, Um exemplo é o uso da tecnologia a serviço da segurança pública. Não estamos ganhando em produtividade com o aumento de homens armados. Ou nós investimos em tecnologia ou não mudaremos. Uma das medidas que defendemos, nesse sentido, é a instalação de uma cerca digital nas fronteiras do estado, que faça o reconhecimento de veículos.
 
E mudanças nas leis?
Não podemos mais discutir segurança de uma forma dogmática, direita contra esquerda. Essas discussões já deram errado. Não podemos fugir do fato de que há uma epidemia de armamento de guerra no Rio. Defendemos o aumento de pena para criminosos que portam fuzis.
 
Essa posição não entra em conflito com outras posições históricas da OAB, que sempre foi contra aumentos de pena?
Não vejo dessa forma, Continuamos defendo que o aumento de pena para crimes hediondos não gera efeitos. A história mostra isso. Mas temos que encarar segurança de uma forma menos dogmática. A política de desarmamento é a política mais correta. Defendemos isso porque armas geram impacto letal absurdo.
 
Caberia a quem liderar essa agenda sobre segurança pública?
Ao Executivo, ao governador do estado. Essa é uma discussão vital para o futuro do Rio. O Rio vem perdendo muito economicamente por conta da crise na segurança. É papel do governador liderar o processo.
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