31/08/2023 - 19:21 | última atualização em 31/08/2023 - 19:28

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Entenda o impacto das normas ambientais e de governança na indústria da moda

Evento da Comissão de Direito da Moda discutiu práticas ESG

Felipe Benjamin



"Esse é um movimento que está transformando a maneira como as empresas operam e se posicionam no cenário global. Muito mais do que uma estratégia, o compromisso ESG é uma mudança de mentalidade em direção às práticas de negócios mais conscientes e sustentáveis", afirmou a presidente da Comissão de Direito da Moda da OABRJ, Deborah Portilho, na abertura do evento 'ESG: as boas práticas no segmento da moda', realizado na manhã desta quinta-feira, dia 31, no Plenário Carlos Maurício Martins Rodrigues, na sede da Seccional. 

Ao lado da nova secretária-geral do grupo, Olívia Candia, Portilho comandou o encontro, que discutiu o conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança [ESG] cada vez mais adotadas por empresas.


"Recebi ontem uma mensagem do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro falando sobre o lançamento de um novo curso, e na qual é mencionada uma recente pesquisa conduzida pelo Pacto Global da ONU no Brasil que afirma que 78,4% das empresas do país já adotaram a agenda ESG", afirmou a presidente da Comissão.



Completaram a mesa de participantes o chefe do departamento jurídico da Osklen, Henrique Marcondes; a consultora de ESG, Sophia Fragelli; a consultora sênior em Direito Socioambiental do Grupo Soma, Karina D’Ornellas; a advogada Maria Beatriz, e a integrante da comissão Adriane Nicodemo.

"Um dos mais importantes desafios da implementação do ESG na indústria da moda é a complexidade das cadeias de suprimento", afirmou Fragelli.

"É complicado ter transparência em todos os dados, especialmente no caso da confecção. Como a empresa consegue criar medidas para um maior controle e conscientização nessa enorme cadeia? Outros desafios também incluem a variedade de regulamentações e normas, e a falta de sistemas de verificação que garantam que fornecedores não cometeram o chamado 'greenwashing', exagerando suas credenciais ecológicas".

Especialista em Direito Socioambiental, Karina D'Ornellas destacou as ferramentas usadas para que os critérios ESG sejam cumpridos dentro das empresas.

"É importante que as agendas social e ambiental estejam dentro da agenda de governança, e que esta esteja solidificada em políticas, relatórios e objetivos públicos que sejam mensuráveis", afirmou D'Ornellas.

"As empresas de capital aberto agora são obrigadas a explicar todos os seus critérios ESG. Há material para investidores, em especial os minoritários, poderem analisar se as metas ESG prometidas estão de fato sendo cumpridas. É uma forma de controle do mercado que obriga as empresas a adotarem verdadeiramente essas políticas".

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