30/04/2012 - 10:15

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Encontro aborda temas relevantes do Direito Eleitoral

redação da Tribuna do Advogado

"O que vemos hoje é uma desvalorização do sistema partidário. A cada dia nasce um novo partido com cada vez menos identificação ideológica definida". Esse foi o quadro traçado pela presidente da Comissão de Direito Eleitoral (CDE) da OAB/RJ, Vânia Aieta, na abertura do II Encontro de Direito Eleitoral do Rio de Janeiro, que foi realizado sexta-feira, dia 27, na sede da Seccional.
 
Na ocasião, Vânia salientou que "o descrédito popular quanto aos mecanismos políticos deve-se, em grande parte, à desmoralização do compromisso entre os candidatos e os eleitores" e frisou a importância do estudo dessas mazelas para a garantia do regime democrático.
 
Ana Luiza: Papel preventivo de advogados
A juíza da corte do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ) e também diretora da Escola Judiciária Eleitoral (EJE) da instituição, Ana Tereza Basílio, salientou a relevância do papel preventivo consultivo do advogado na área eleitoral: "Muitos dos problemas que os candidatos enfrentam, alguns deles com conseqüências danosas, é fruto da falta de um advogado para auxiliá-lo na parte administrativa de sua candidatura. O que vemos corriqueiramente na Justiça Eleitoral é que o advogado é procurado quando já instaurado um processo".
 
 
Ao abordar o financiamento de campanhas, Ana Tereza; os membros da CDE Bruno Calfat, Leo Bosco Pedrosa e Eduardo Pacheco de Castro; e o advogado eleitoralista Márcio Vieira Santos discutiram sobre a possibilidade de alteração no modo de financiamento de campanhas, que hoje pode partir tanto da esfera pública quanto particular, para a proposta pela reforma política, baseada exclusivamente em fundos estatais.
 
Para a maioria dos participantes, a alteração beneficiaria os partidos de maior representatividade, que ficariam com grande parte das verbas: "No sistema em vigor, os partidos menores têm a possibilidade de conseguir doações privadas, com limitações, obviamente, mas que, somadas aos valores de origem pública, podem contribuir para a alteração do quadro político", alega Ana Tereza.
 
Um ponto que gerou bastante polêmica entre os conferencistas foi a proposta apresentada por Castro, de impossibilitar que empresas que têm contrato com a administração pública financiem campanhas. "Não podemos partir do princípio de que todas as relações desse tipo são promíscuas", salientou Calfat. "Está de acordo com o sistema democrático possibilitar o posicionamento político dessas empresas".
 
No segundo painel, o presidente da Comissão de Estudos Eleitorais e Valorização do Voto da OAB/SP, Sílvio Salata, analisou pontos da Lei da Ficha Limpa, que, segundo ele, "tem vícios de constitucionalidade".
 
Participaram também da mesa o conselheiro federal pela OAB/RJ Cláudio Pereira de Souza Neto e os membros da CDE Luiz Paulo Viveiros de Castro e Carlos Henrique Brinckmann.
 
O encontro ainda contou com mais dois painéis, que abordaram o combate às máfias na administração pública e o poder de fiscalização dos juízes.
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