30/01/2017 - 10:08

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Eike volta dos EUA e se entrega hoje à PF no Rio

jornal O Estado de S. Paulo

O empresário Eike Batista embarcou pouco depois da meia-noite de ontem no voo 973 da American Airlines, em Nova York, rumo ao Rio de Janeiro - onde deve chegar pouco depois das 10 horas. Assim que chegar ao Galeão deverá ser preso pela Polícia Federal - a ordem de prisão foi expedida na quinta-feira, no âmbito da Operação Eficiência.
 
"Eu tô voltando para responder à Justiça, como é meu dever. Tá na hora de ajudar a passar as coisas a limpo", disse o empresário em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, por volta das 23 horas de ontem. "Estou à disposição da Justiça", completou.
 
O empresário deixou o Brasil na última terça-feira, dois dias antes de a PF receber a ordem para prendê-lo. A Operação Eficiência é um desdobramento da Lava Jato no Rio e apura suposto esquema usado pelo ex-governador do Estado, Sérgio Cabral Filho (PMDB), e outros investigados para ocultar mais de US$ 100 milhões remetidos ao exterior.
 
O advogado de Eike, Fernando Martins, disse ao Estado, assim que a notícia de sua volta ao País foi divulgada, que a estratégia de defesa do empresário ainda está indefinida, inclusive sobre uma possível delação premiada. "Ele estava em uma viagem a negócios (em Nova York). Só combinamos a sua volta e amanhã (hoje) vamos conversar sobre a estratégia. Após a chegada dele é que vamos definir os procedimentos", disse Martins, em entrevista ao Broadcast - serviço de notícias em tempo real do Estado - na noite de ontem.
 
Sem negociação. De acordo com Martins, não houve negociação com a Polícia Federal ou o Ministério Público Federal na busca de melhores condições de detenção de seu cliente. Eike não tem o ensino superior completo, por isso poderá ficar em um presídio comum. "Não houve negociação nenhuma. Isso (o presídio) fica a cargo das autoridades. Ele vai se apresentar e a Polícia Federal vai definir (seu destino)".
 
Eike, que já foi considerado o sétimo homem mais rico do mundo, é suspeito de corrupção ativa. Pesa contra ele a acusação de repassar propina de US$ 16,5 milhões para o ex-governador do Rio por meio de simulação de contrato de consultoria para compra de uma mina de ouro na Colômbia, em 2011, pelo grupo do empresário.
 
Na mesma operação, a PF continua procurando Francisco de Assis Neto, o Kiko, que teve, igualmente, prisão preventiva decretada. Sua defesa diz que ele está nos EUA desde 6 de dezembro, com mulher e dois filhos, e deve retornar no começo de fevereiro, conforme documentos apresentados à 7.ª Vara Federal Criminal. O advogado Breno Melaragno diz que não há motivos para ele ser considerado foragido e que ele "está adiantando sua volta ao Rio".
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