A divulgação do edital de licitação para escolher a empresa que irá gerir o Jardim Zoológico do Rio provocou polêmica entre defensores de animais. Segundo o documento, divulgado há duas semanas, a vencedora da concorrência não precisará ter qualquer experiência em manejo de animais, mas em "gestão de uma única operação e/ou empreendimento de Jardim Zoológico, pontos turísticos, parques ou assemelhados, que possuam controle de acesso e visitação igual ou superior a 300 mil visitantes por ano", conforme revelou ontem a colunista Berenice Seara, do Extra. O presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB/RJ, Reynaldo Velloso, criticou o edital: "É um absurdo. Um dos pré-requisitos para quem vai fazer o manejo de um jardim zoológico é ter o conhecimento de manejo. Isso é o mínimo." Entrega de envelopes Outro ponto polêmico foi a necessidade de indicação de apenas um profissional de formação superior na área de Ciências Biológicas ou Medicina Veterinária, com experiência de três anos, na atividade de manejo de animais selvagens em cativeiro. Para a veterinária Andréa Lambert, presidente da Associação Nacional de Implementação dos Direitos dos Animais, a experiência exigida é insuficiente: "É muito pouco. É um recém-formado, praticamente." O vencedor irá administrar o zoológico por 35 anos e terá dois para reestruturar o local. O valor de entrada, que hoje custa R$ 10, poderá chegar a R$ 35 quando as intervenções terminarem. Os envelopes com as propostas serão entregues à Comissão Especial de Licitação no dia 26 de julho. Em nota, a Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas informou que o edital, aprovado pela Procuradoria Geral do Município, segue todas as normas do Ibama.