13/09/2023 - 16:08 | última atualização em 13/09/2023 - 16:24

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Diretoria da Pessoa com Deficiência promove formação em linguagem simples com vistas à inclusão

Felipe Benjamin



A Diretoria da Pessoa com Deficiência da OABRJ promoveu, nesta quarta-feira, dia 13, uma palestra sobre linguagem simples com secretária Municipal da Pessoa com Deficiência, Flávia Cortinovis. A ideia é que uma comunicação mais clara serve como ferramenta de inclusão social de pesssoas com deficiência. 

"Nossa comissão não foi a primeira a ser criada no sistema OAB, mas, sem falsa modéstia, foi a que colocou o tema das pessoas com deficiência na vitrine", afirmou o diretor da Pessoa com Deficiência da OABRJ, Geraldo Nogueira. "A partir do nosso trabalho, surgiram várias comissões pelo Brasil. Só no Rio de Janeiro, já estamos em 40 das 63 subseções do estado. Além disso , no começo do ano, ganhamos o status de diretoria, o que é importante para ampliar o debate e para que deixássemos de falar apenas para nós mesmos".

Além de Nogueira, compuseram a mesa do evento a representante do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Laís Silveira Costa, e a representante da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, Flávia Cortinovis.

"Foi importante que as cotas e as ações afirmativas fossem ampliadas para abarcar esse universo de pessoas com deficiência e suas particularidades", afirmou Laís. "As barreiras enfrentadas por cadeirantes, pessoas com visão monocular e pessoas da cultura surda são diferentes. Não se trata aqui de comparar e hierarquizar essas barreiras, mas sim de buscar iniciativas que contemplem suas particularidades".

Cortinovis falou sobre as dificuldades de inclusão dentro da sociedade.

"Quando meu filho nasceu, levei um choque em relação ao mundo em que eu vivia, e de tudo aquilo que eu não percebia", afirmou a representante da Secretaria Municipal. "O capacitismo é intrínseco, porque é fruto da nossa falta de convivência com as pessoas com deficiência. Nosso papel, então, é colocar essas pessoas nas ruas, na sociedade, no mercado de trabalho, diminuindo, assim, esse olhar de incapacidade e menos-valia. Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) identificou que mais de 99% da população carregam em si algum tipo de preconceito, e, entre esses preconceitos, o principal deles era contra pessoas com deficiência". 

E expôs regras e vantagens de se adotar uma linguagem mais direta na comunicação com públicos diversos. 

"Quando o cidadão encontra aquilo o que está procurando, entende imediatamente o conteúdo que encontra e utiliza facilmente essa informação", afirmou. "Dificultar a linguagem representa custos. Ninguém adota a linguagem simples por se tratar de algo superbacana. Muitas vezes, complicamos aquilo que não precisaria ser complicado. Frases curtas, com sujeito, verbo e complemento. Voz direta e ativa. 'Eu faço isso'. E mais importante do que tudo: é essencial adequar esse texto simples ao público-alvo, para que seja entendido pelo maior número de pessoas".

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