01/06/2022 - 00:10 | última atualização em 01/06/2022 - 12:06

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Diretoria de Igualdade Racial debate uso do termo colorismo

Biah Santiago

Como a sociedade enxerga a representatividade negra e qual o entendimento das pessoas sobre o termo colorismo? Com esses questionamentos, a Diretoria de Igualdade Racial da OABRJ conduziu debate na sede da Seccional na terça-feira, dia 31. Por meio de palestras, poemas e músicas, o grupo explicou o uso do termo que classifica pessoas negras pelo tom da pele e ganhou força nos últimos anos. É possível assistir a íntegra do encontro no canal da OABRJ no YouTube.

Como a falta de informação e esclarecimento sobre o assunto afeta os negros e como eles são vistos foram as questões levantadas pela diretora de Igualdade Racial da Ordem, Ivone Ferreira Caetano. 

“Principalmente para a raça negra, é preciso tomar conhecimento, adentrar nesta questão. E para as pessoas que não são negras de pele, muitas vezes não sabem que ajudam a sedimentar essa cultura do colorismo”, conta.


Coordenadora do Tribunal de Ética e Disciplina da OABRJ, Angela Kimbangu, pontuou: para quem é benéfico o colorismo? Segundo ela, o termo só afasta dos negros a unidade e a prosperidade da ancestralidade.

“O colorismo é um prejuízo que serve para nos dividir”, afirma Angela. “Temos que pensar e ver para quem é bom o colorismo, pois, para nós pretos, ficarmos degladiando e nos interrogando. Não deveríamos discutir sobre isso. Se o indivíduo se declara preto, isso é o que importa”, conta.

A historiadora e advogada Claudia Vitalino palestrou sobre a batalha da identidade negra na sociedade nos dias atuais.

“Quando falamos de colorismo, falamos de casos como o de Machado de Assis, de um processo que não começou agora”, afirma Vitalino. “O não-branco não sabe como se identificar, pois a sua história foi apagada, porque a miscigenação brasileira não foi feita de forma natural. Fomos apagados pela colonização e não é isso que somos, somos maioria”, finaliza.

Também participaram da mesa: a vice-presidente da OABRJ, Ana Tereza Basilio; o procurador-geral da Seccional, Fábio Nogueira; a presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/Nilópolis, Liliana Graciano; a advogada e membro da Comissão Especial de Gestão e Empreendedorismo Jurídico da OABRJ, Rejane Passos de Nascimento; o estudante de Direito e palestrante Gabriel de Oliveira Medici P. da Silva e o advogado Genilton Castilho.

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