28/09/2016 - 13:30 | última atualização em 03/10/2016 - 12:01

COMPARTILHE

“O dia de hoje representa um basta”, disse Luciano em ato de desagravo

redação da Tribuna do Advogado

A Comissão de Prerrogativas da OAB/RJ realizou, nesta quarta-feira, dia 28, mais um ato de desagravo em frente a uma serventia da Justiça – desta vez, no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) da Rua do Lavradio –, a favor da advogada Anna Borba Taboas, cuja agravante foi a juíza da 22ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. “O dia de hoje representa um basta. A advocacia não aceita desrespeito. A Anna significa a força de 150 mil advogados do Estado do Rio de Janeiro. Todos nós somos Anna hoje. A violação das prerrogativas deve ser combatida em cada ato individualmente, mas os desagravos públicos fazem parte de um projeto de valorização e manutenção da dignidade da nossa atividade profissional”, afirmou o presidente da Comissão de Prerrogativas e tesoureiro da Seccional, Luciano Bandeira, diante de cerca de 200 advogados que acompanharam o evento.
 
O ato foi transmitido ao vivo pela página da Seccional no Facebook. É a primeira vez que se realiza uma transmissão ao vivo das atividades da OAB/RJ por esse canal.
 
O dia de hoje representa um basta. A advocacia não aceita desrespeito. Todos nós somos Anna hoje".
Luciano Bandeira
Presidente da Comissão de Prerrogativas e tesoureiro da OAB/RJ
Para Bandeira, é importante valorizar a união da advocacia. “Não podemos abaixar a cabeça. É uma luta de todos nós. De cada advogado, da Ordem e de todas as entidades da área que estão aqui presentes. Vamos defender e valorizar o profissional, pois a força da advocacia unida é insuperável. Vencemos a ditadura militar, e venceremos a ditadura do desrespeito que é imposta diariamente em audiências e nos despachos”, completou.
 
A desagravada, Anna Borba Taboas, ressaltou que a questão não é apenas relativa ao seu caso particular. “Estamos vivendo tempos sombrios, em que o Poder Judiciário vem sendo usado de uma forma que nos leva a pensar na época da ditadura. As coisas acontecem fora das normas e da lei. Para enfrentar, é preciso ter coragem e contar com o apoio dos colegas, mas vale a pena. Esse ato na porta do TRT serve para mostrar a todo o sistema judiciário que o advogado deve ser tratado com respeito e urbanidade, como a lei determina”, defendeu.
 
O secretário-geral da Ordem e presidente da Comissão da Justiça do Trabalho, Marcus Vinicius Cordeiro, também fez uso da palavra. “Desagravo não é uma dádiva, é um direito previsto no Estatuto do Advogado, que não é apenas um conjunto de regras, é lei”, ressaltou.
 
Entre as diversas entidades presentes, cinco diretores da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (Abrat) participaram do ato, representando a presidência da entidade, e criticaram a magistrada. “Viemos dar nosso apoio. É muito estranho saber que uma juíza que jurou cumprir a Constituição e o Estatuto da Advocacia rasga tudo isso e age dessa forma, agredindo uma advogada, as partes, e dando um mau exemplo para todos”, acrescentou o diretor de Convênios da entidade, Gil Luciano Domingues.
Abrir WhatsApp