20/11/2009 - 16:06

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Denúncias sobre Wider vão para procurador-geral

Denúncias sobre Wider vão para procurador-geral

 

 

Do jornal O Globo

 

20/11/2009 - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, receberá nos próximos dias um ofício contendo denúncias sobre o envolvimento do corregedorgeral de Justiça do Rio, desembargador Roberto Wider (licenciado do cargo), com o lobista Eduardo Raschkovsky. A iniciativa partiu da Procuradoria Regional da República no Rio de Janeiro.

 

O ofício, enviado ontem para Brasília, reúne a série de reportagens publicadas pelo GLOBO, desde o último dia 8, sobre as relações perigosas do corregedor. Como a corte de julgamento dessas supostas condutas irregulares é o Superior Tribunal de Justiça (STJ), somente o procuradorgeral da República tem, no âmbito do Ministério Público, poderes para provocar aquela corte.

 

De acordo com depoimentos e documentos mostrados na série, Raschkovsky, amigo de Roberto Wider, vendia sentenças judiciais para políticos e operava ou cobrava propina de tabeliães. O corregedor, que anteontem pediu afastamento temporário do cargo, nega as denúncias e se diz vítima de campanha contra a sua candidatura a presidente do Tribunal de Justiça do Rio. Ele também disse que processará os autores das reportagens.

 

O ofício enviado a Roberto Gurgel não foi a única consequência das denúncias. O corregedorgeral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilson Dipp, determinou a abertura de procedimentos administrativos para investigar o caso - incluindo uma festa de desembargadores patrocinada pela Liga das Escolas de Samba, comandada por bicheiros - além de determinar inspeção em três cartórios do estado.

 

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deverá votar, na terça-feira, a criação de uma CPI para investigar o tráfico de influência na Justiça Eleitoral.

 

Dez pessoas, nove delas políticos e um advogado, contaram que Raschkovsky cobrava de R$ 200 mil a R$ 10 milhões para blindar candidatos às eleições de 2006 e 2008 com processos no Tribunal de Justiça e no Tribunal Regional Eleitoral.

 

Para propor a CPI, os deputados Paulo Ramos (PDT), Marcelo Freixo (PSOL) e Alcebíades Sabino (PSDB) conseguiram colher 34 assinaturas.

 

Segundo Paulo Ramos, se a instalação da CPI for aprovada na terça-feira, no dia seguinte sairá a nomeação de seus integrantes, e a abertura dos trabalhos começará na quinta.

 

O Conselho da Magistratura do TJ também está apurando a conduta de Wider.

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