24/08/2017 - 13:17 | última atualização em 24/08/2017 - 13:21

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Delegada fala sobre atendimento a crianças e adolescentes vítimas

redação da Tribuna do Advogado

Foto: Lula Aparício   |   Clique para ampliar
Para marcar a participação da OAB/RJ na campanha Justiça pela paz em casa, foi realizado, na manhã desta quinta-feira, dia 24, uma palestra sobre a violência doméstica familiar, com enfoque na violência contra crianças e adolescentes. A campanha é uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que tem como objetivo, além de discutir o tema da violência doméstica, realizar um esforço conjunto dos tribunais em mutirões de audiência que envolvam esse tipo de crime.

O debate foi organizado, em conjunto, pelas comissões dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA) e OAB Mulher. A presidente da OAB Mulher, Marisa Gáudio, lembrou que a violência de gênero vem sendo bastante debatida pela Seccional. “Como somos uma comissão transversal, acabamos debatendo muitos temas e temos que lidar com muita coisa. Nem sempre temos expertise sobre isso, então nada melhor do que ouvir especialistas”, disse.

A presidente da CDCA, Silvana do Monte Moreira, destacou que a questão da violência contra adolescentes é muito forte não só no Rio de Janeiro, mas no Brasil todo. “No Nordeste, por exemplo, as meninas são sempre vítimas e isso não mudou nos últimos anos. A gente vem daquela formação feudal, onde as meninas são empregadas da família ou, muitas vezes, abusadas dentro de casa, por conta de um machismo que ainda prepondera. São assuntos muito fortes e muito marcantes”, afirmou.

A titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), delegada Juliana Emerique de Amorim Coutinho, explicou como é o trabalho realizado na delegacia. “O estado do Rio de Janeiro é um dos poucos do Brasil a ter uma delegacia especifica para o atendimento ao adolescente vítima e aqui nós tentamos evitar ao máximo a revitimização”, explicou.

Ela falou da importância do primeiro atendimento a vítima ser realizada da melhor forma, levando-a ao hospital, antes mesmo de ir à delegacia, preservando a integridade física e para que seja feita a profilaxia. “Temos uma extensão da DCAV no Hospital Souza Aguiar, o Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança (CAAC), para prestar atendimento a essas vítimas de violência sexual. O policial da ponta, um familiar, quem descobrir essa violência precisa saber que nós temos um local para dar um atendimento à criança”.

Juliana defendeu que tanto o tratamento psicológico da vítima quanto a investigação são igualmente importantes. “Eu não posso falar que um é superior ao outro. Eles precisam andar em conjunto. Temos a parte terapêutica e atendimento especializado. E, por outro lado, mecanismos que nos permitam que evitemos a impunidade, promovendo uma investigação que tem que ser célere, que evite a revitimização e que seja a porta de entrada em encaminhar essa criança para os serviços psicológicos pertinentes. Dessa forma teremos uma proteção integral às crianças e aos adolescentes”.

O encontro foi transmitido ao vivo pelo canal da OAB/RJ no Youtube e está disponível na íntegra.
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