30/04/2015 - 13:06 | última atualização em 30/04/2015 - 13:14

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Debandada de novos advogados e estudantes de Direito em fase final de curso para o concurso público – André Botelho

redação da Tribuna do Advogado

Hodiernamente falando, é cediço que há uma debandada geral, mormente aos novos advogados recém-formados e os estudantes de Direito em fase final da graduação para a famigerada indústria do Concurso Público, o que gera uma necessidade de uma reflexão maior por toda a nossa classe de advogados acerca dos motivos para esse fenômeno.
 
Muitos são levados a tal escolha alhures (o abandono da advocacia pelo Concurso Público), sobretudo, pela estabilidade e bons salários que o emprego público irá proporcionar.
 
Mas se a nossa estimada profissão de “causídico”, está perdendo o interesse, justamente por esses novos advogados, que deveriam abraçar a nova profissão com força e solidez, algo precisa ser transmitido para os mesmos, pois há sim como vencer na advocacia obtendo prestígio e sucesso profissional.
 
Nossa profissão é tão essencial aos pilares mais honrosos e básicos da Justiça, que há um artigo específico na nossa Constituição Federal, ex vi Art. 133, senão vejamos: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.
 
Sendo assim, apesar das agruras de um mercado de trabalho saturado, preços de honorários por muitas vezes irrisórios e todo um desafio de se inserir no mercado de trabalho e após manter-se no mesmo com possibilidade de crescimento, a advocacia ainda é uma bela opção de escolha para esses jovens desacreditados colegas.
 
No meu livro Como Iniciar na Advocacia- Primeiros Passos, Editora Edipro, 2014, já na sua segunda edição e esgotado, eu mostro para esses jovens que a advocacia quando exercida com probidade, seriedade, estudo e muito trabalho, é sim uma profissão extremamente viável e rentável, não precisando os mesmos serem filhos de advogados renomados para vencerem na labuta ou recorrerem a nepotismos e afins.
 
Aduno de forma simples, que com planejamento, estudo, e, sobretudo, a ajuda brilhante da OAB/RJ que possui várias ferramentas para inserção desses jovens no mercado de trabalho, apoiando os mesmos, seja através de comissões ou convênios, bem como oferecendo palestras nas demais searas Jurídicas de forma gratuita, não há motivo para esse receio e desânimo total com a nossa valorosa e histórica profissão.
 
Destarte, o jovem advogado ao escolher a advocacia, deve afastar de plano a necessidade única de obter lucro imediato e status demasiado, entendendo que isso virá como conseqüência de trabalho, necessitando, sobretudo, imbuir-se inicialmente de coração e alma para a defesa dos Direitos dos seus clientes, trabalhando de forma responsável e pautada nos valores morais e éticos mais profundos e certeiros.
 
Com esses valores, tenho certeza que não há o que temer e que esses jovens “causídicos” dia a dia, galgarão êxito nas suas Demandas, fortalecendo os seus nomes e toda a nossa classe, alcançando o tão sonhado sucesso profissional com alicerces fortes e contundentes.
 
 Serão motivos de orgulho para toda a nossa classe profissional e testemunhas vivas de que a nossa profissão é uma das mais nobres do mundo e que ainda nos tempos conturbados de hoje, é uma honra e um privilégio poder exercer o manto da advocacia em favor do nosso Estado Democrático de Direito.
 
Honestidade, sigilo, competência, prudência, coragem, perseverança, compreensão, humildade, imparcialidade e otimismo. Essas são as ferramentas para o tão sonhado sucesso profissional que pode sim ser proporcionado pela advocacia.

*André Botelho é membro da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/RJ
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