O que as histórias de Paulo Roberto Marcelino Pinto, de 46 anos; Cleberson Fernandes, 19, e Jonatan Ramos, 23, têm em comum? O rumo da vida dos três passou por uma guinada, ao se tornarem beneficiários dos programas de inclusão social do Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade (Deape) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). De menor infrator a advogado. Essa foi a trajetória de Jonatan após participar do programa "Justiça pelos Jovens", em 2012. O programa é destinado a adolescentes que cumpriram algum tipo de medida socioeducativa e buscam oportunidades de recomeçar a vida. Um ano integrando o programa e Jonatan entrou para a faculdade de Direito, na Universidade Salgado de Oliveira (Universo). Orgulhoso, vai se formar este mês e já passou no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ) para exercer a advocacia. "Aprendi no programa do Deape que ressocialização existe de verdade, não é só uma utopia" disse Jonatan Ramos, que não para de sonhar: a nova meta é cursar a Escola da Magistratura do Rio de Janeiro (Emerj). No mesmo caminho de Jonatan está o jovem Cleberson Fernandes. Beneficiário do programa "Jovens Mensageiros", que incentiva a capacitação e o estudo, ele aprende no TJRJ conhecimentos sobre Recursos Humanos, mas tem a intenção de cursar Direito ou Psicologia. "Aprendi que o estudo e a capacitação nos preparam para pulos mais altos e o meu é cursar uma faculdade", disse Cleberson. Para comemorar os trabalhos realizados este ano, o Deape homenageou, nesta terça-feira, dia 13, no auditório Antônio Carlos Amorim, da Emerj, os 362 participantes dos quatro programas de inclusão social do departamento. Depoimentos, agradecimentos e a apresentação de um coral formado por beneficiários dos programas fizeram parte da cerimônia. A regência do coral foi do maestro Miguel Braga, servidor da 2ª Vara de Fazenda Pública da Capital. Entre os que comemoram a mudança de vida estava Paulo Roberto Marcelino Pinto, egresso do sistema penitenciário e integrante do "Começar de Novo", que busca a superação do indivíduo através da inserção no mercado de trabalho. "Por mais capacidade que eu tivesse, eu sabia de que as portas estavam fechadas para mim. Agora eu tenho a plena certeza de que existe um novo começo", comemora Paulo Roberto. Ele trabalha na área de informática do TJ/RJ. A desembargadora Eunice Pereira Caldas, presidente da Associação Beneficente dos Amigos do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (Abaterj), que distribui cestas básicas para os beneficiários dos programas do Deape, parabenizou a perseverança de todos. "O que vemos aqui é a subida de mais um degrau na vida vocês. Continuem trilhando esse caminho maravilhoso em busca da vitória e da realização do que vocês querem na vida", exaltou a magistrada. A diretora do Depae, Rosilea Di Masi Palheiro encerrou a cerimônia destacando a realização de ações de responsabilidade social. "Nos dias de hoje instituições e empresas precisam realizar programas socioambientais. Ninguém pode fugir dessa responsabilidade e nós do TJ/RJ lutamos dia a dia para fazer a nossa parte". A Divisão de Inclusão Social do Deape, comandada por Marilena Lemos da Silva, realiza também o programa "Pais Trabalhando", com o objetivo de reestruturar a harmonia do núcleo familiar com apoio psicológico e incentivo à capacitação técnica para inserção no mercado de trabalho.