Procedimento preliminar vai apurar suposto envolvimento com venda de decisões judiciais A corregedora-geral do Conselho Nacional de Justiça, Nancy Andrighi, abriu ontem uma investigação preliminar para apurar o suposto envolvimento do ministro Sebastião Reis, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com venda de decisões judiciais. A investigação, tecnicamente classificada como pedido de providência, poderá dar origem a abertura de um processo disciplinar contra o ministro. Ontem o GLOBO revelou que o presidente do STJ, Francisco Falcão, iria pedir a abertura de uma investigação interna ou acionar o CNJ para investigar o ministro. A decisão da corregedora tem como base um inquérito criminal já aberto contra Sebastião Reis, no Supremo Tribunal Federal. As investigações estão avançadas. Segundo uma autoridade que conhece o caso de perto, os indícios já são suficientes para a sustentação de uma denúncia formal contra o ministro. As acusações contra Reis estão relacionadas a um habeas corpus concedido a um suposto chefe de quadrilha de roubo de carga. O caso teve origem numa investigação da Polícia Federal em Tocantins e foi transferido para o STF depois do surgimento do nome do ministro. Os primeiros indícios apareceram numa conversa entre uma pessoa ligada ao suspeito de roubo de carga e um interlocutor do gabinete do ministro. Depois do diálogo, Reis teria reconsiderado decisão anterior e concedido habeas corpus ao acusado. Numa das conversas registradas pela polícia, teria surgido referência às cifras de R$ 100 mil. Procurado pelo Globo na segunda e na quarta-feira, Reis disse que desconhecia as investigações em curso contra ele no STF. Ontem o ministro se reuniu com a ministra Rosa Weber, relatora do inquérito, no STF.