04/07/2008 - 16:06

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Conselho Federal interpela Tarso e pede nomes de advogados que teriam vazado inquéritos

Conselho Federal interpela Tarso e pede nomes de advogados que teriam vazado inquéritos

 

 

Do site do Conselho Federal

 

04/07/2008 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, encaminhou hoje (04) ao ministro da Justiça, Tarso Genro, ofício interpelando-o sobre declarações de sua autoria, segundo as quais advogados estão "vazando" para a imprensa informações de inquéritos abertos pela Polícia Federal. Ele observou que do modo como foram transmitidas à imprensa, as afirmações do ministro são "graves e genéricas" e deixam toda a advocacia sob suspeita.

 

Britto solicita formalmente a Tarso Genro a revelação dos nomes dos advogados e dos fatos que eles teriam vazado. "Não pode a advocacia brasileira, que tem enfrentado dificuldades no seu relacionamento com a Polícia Federal e o Judiciário, impedida de exercer prerrogativas elementares, como acesso aos autos, e sendo submetida a grampos ambientais em seus escritórios de trabalho, suportar denúncias graves e genéricas, que fragilizam injustamente toda a classe", protestou o presidente nacional da OAB.

 

 

A seguir, a íntegra do ofício enviado pelo presidente nacional da OAB ao ministro da Justiça:

 

Excelentíssimo Sr. Ministro da Justiça

 

Em vista de declarações de Vossa Excelência ao jornal O Estado de S. Paulo (edição de 03 de julho de 2008), dando conta de que advogados estariam vazando informações de inquéritos, inclusive os que correm em segredo de Justiça, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil sente-se no dever de solicitar formalmente a revelação dos fatos e os nomes neles envolvidos.

 

Mantê-los ocultos faz com que recaia sobre o conjunto da classe a suspeita de tais atos, que Vossa Excelência, ainda em declaração aos jornais, considerou "coisas de gângster" e "terrorismo lamentável".

 

Não pode a advocacia brasileira, que tem enfrentado dificuldades no seu relacionamento com a Polícia Federal e o Judiciário, impedida algumas vezes de exercer prerrogativas elementares, como acesso aos autos, e sendo submetida a grampos ambientais em seus escritórios de trabalho, suportar denúncias graves e genéricas, que fragilizam injustamente toda a classe.

 

Não temos dúvida de que Vossa Excelência, advogado e homem público - e, portanto, zeloso pelo fiel cumprimento da lei e dos seus ritos -, há de colaborar para o pleno esclarecimento dos fatos.

 

Nesses termos, aguardamos resposta com a presteza que a relevância dos fatos impõe. Atenciosamente,

 

 

Cezar Britto

Presidente do Conselho Federal da OAB

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