Conselho Federal homenageia a ABI Do Jornal do Commercio 20/05/2008 - Duas instituições parceiras em lutas históricas que marcaram o últimos cem anos no País, sobretudo aquelas voltadas para o restabelecimento e o aprimoramento da democracia no Brasil após duas ditaduras - Estado Novo e regime militar de 64 - e que têm como pontos comuns a uni-las a defesa dos direitos humanos e a sede de justiça. Assim, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, e o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo, definiram a parceria entre as entidades desde 1930, quando a OAB foi fundada. A ABI foi homenageada ontem em sessão plenária do Conselho Federal da OAB pelos seus 100 anos de existência. O presidente da ABI lembrou o que denominou momentos repetidos de parceria envolvendo as duas entidades, citando, além das lutas contra o Estado Novo de Vargas (1937-45) e o regime militar (1964-85), as campanhas pelas Constituintes de 1945-46 e de 1986-87, ambas para restaurar a ordem democrática no País. Dentre das várias jornadas cívicas empreendidas pela ABI e OAB, Maurício Azêdo destacou também a campanha pela anistia ampla, geral e irrestrita da segunda metade do final dos anos 70 e a campanha pelas eleições diretas presidenciais, em 1983-84, seguida da campanha pela restauração da ética na política brasileira, como bandeiras que as entidades empunharam juntas. Ele citou também o impeachment de então presidente Fernando Collor de Mello. Impeachment Destacado como orador da homenagem, pela OAB, o ex-presidente nacional da entidade e membro honorário vitalício Marcelo Lavenère Machado ressaltou, dentro do que chamou de conjunto de sentimentos e interesses comuns e amalgamados das duas entidades, a participação decisiva delas no impeachment do presidente Fernando Collor, em 1992. O pedido de abertura do processo contra Collor foi assinado pelo então presidente da ABI, Barbosa Lima Sobrinho, e por Marcelo Lavenère, então presidente nacional da OAB. Nossas profissões têm em comum o amor à independência, a língua ferina, a incapacidade de aceitar injustiças e determinação em não se quedar perante os poderosos, afirmou o ex-presidente da OAB. Ao lado da ABI, ele destacou as parcerias com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade que forma com as duas um tripé em que se apoiou a sociedade civil. Dirigida por Cezar Britto, a cerimônia de homenagem aos 100 anos da ABI, no plenário do Conselho Federal da OAB, teve a participação do vice-presidente do Conselho Federal da OAB, Vladimir Rossi Lourenço, da secretária-geral da entidade, Cléa Carpi da Rocha, e do diretor Ophir Cavalcante Junior, além dos conselheiros federais e diversos presidentes de Seccionais OAB. Presentes também os membros honorários vitalícios da OAB Nacional Mário Sérgio Duarte Garcia, Márcio Thomaz Bastos, Marcelo Lavenère Machado, Ernando Uchoa Lima, Reginaldo Oscar de Castro e Roberto Busato, e os medalhas Ruy Barbosa da OAB, Paulo Bonavides e Fábio Konder Comparato, além do presidente do Instituto dos Advogados do Brasil, Paulo Saboya. Ao final, Britto disse esperar que a parceria entre ABI e OAB pela sua importância, perdure eternamente.