11/06/2008 - 16:06

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Conselho Federal acompanha votação de PEC do calote público na Câmara nesta quarta

Conselho Federal acompanha votação de PEC do calote público na Câmara nesta quarta

 

 

Do site do Conselho Federal

 

11/06/2008 - A Comissão de Defesa dos Credores Públicos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai acompanhar hoje (11), a votação do substitutivo do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê novas normas para o pagamento de precatórios. Se aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) como deseja o autor da matéria, não apenas se estará legalizando o calote nas decisões judiciais, mas desmoralizando o Poder Judiciário e afrontando a Constituição, com repercussões até mesmo fora do País.

 

O alerta é do advogado Eduardo de Souza Gouvêa, membro da Comissão de Precatórios da OAB Nacional. Exatamente há uma semana, quando a CCJ da Câmara discutia as propostas de emendas ao projeto, houve discussões acirradas entre os senadores. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), por exemplo, manifestou-se claramente contra o calote oficial e concordou com a idéia de a OAB recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Isso desmoraliza a Justiça, que condena (ao pagamento dos precatórios) e é ignorada", afirmou ele.

 

De acordo com Eduardo Gouvêa, é no mínimo estranho que a versão a ser votada nesta quarta-feira seja a mesma apresentada há pouco mais de um mês, em cerimônia no Senado, com a presença exclusiva de prefeitos e outros representantes de entidades públicas inadimplentes. Ele lembrou que, na audiência pública do dia 3 de junho, a OAB esteve presente para firmar posição em defesa dos credores e apresentar números concretos a respeito da possibilidade de calote público.

 

Muitos senadores se declararam surpreendidos com a informação de que alguns Estados e municípios, segundo a regra proposta, irão eternizar o calote ao cidadão. Além disso, direitos fundamentais garantidos na Constituição seriam violados.  "O que está se querendo fazer afronta à coisa julgada, ao estabelecer limites ao cumprimento das decisões judiciais. Além disso, viola a ordem cronológica de precedência e calote efetivo aos legítimos credores judiciais", afirmou Eduardo Gouvêa.

 

Para a OAB, é indispensável um levantamento preciso dos passivos existentes para que se possa encontrar uma solução definitiva. "Este assunto está sendo acompanhado pela comunidade internacional, podendo pôr em xeque a credibilidade do País. Afinal, o que dizer de um governo que não cumpre decisão judicial?", questiona Eduardo Gouvêa.

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