19/09/2023 - 14:11 | última atualização em 21/09/2023 - 09:52

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Conferência da Mulher Advogada: painel debaterá desafios e oportunidades do mercado de trabalho para mulheres

Primeira advogada do Brasil demorou oito anos para conseguir exercer a profissão, reflexo da advocacia como atividade “viril”

Yan Ney




Embora sejam maioria entre os inscritos na OAB desde 2021, as mulheres não alcançaram a advocacia com rapidez e tranquilidade. A inserção do gênero na profissão foi demorada e marcada por inúmeros desafios. Para fechar o foco no mercado de trabalho para advogadas, o quinto painel da III Conferência da Mulher Advogada, que acontece na próxima quinta-feira, dia 21, no Theatro Municipal, debaterá os enfrentamentos e adversidades impostos pelas discriminações de gênero, acrescido de outros preconceitos, como racismo, etarismo e preconceito contra as advogadas com deficiência, cujo Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é celebrado também em 21 de setembro. 

A mesa contará com a participação de advogadas cujas trajetórias profissionais e perspectivas de novas oportunidades serão de grande valia para as colegas. A presidente da Comissão de Criminologia do IAB, Marcia Dinis, mediará o encontro que terá presença da chefe de Gabinete da Secretaria Nacional de Justiça, Lázara Carvalho; da presidente da OAB Jovem RJ, Amanda Magalhães; da presidente da Comissão Especial de Inteligência Artificial e Inovação do IAB, Ana Amelia Menna Barreto; e da presidente da Comissão da Diversidade do IAB, Deborah Prates.

Desde a Grécia Antiga, as mulheres eram excluídas do mundo do pensamento. E até há menos de um século, o ofício da advocacia era considerado "viril", destinado a homens. Myrthes Gomes de Campos, a primeira mulher advogada no Brasil, concluiu o bacharelado em Direito em 1898, mas, devido ao preconceito, não pôde exercer a profissão imediatamente. Foi apenas oito anos depois, em 1906, que a histórica advogada conseguiu legitimar-se profissionalmente e foi a primeira mulher a ingressar no antigo Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil, atual IAB.


“Não se pode falar em emancipação da mulher, sem o pressuposto de nossa autonomia financeira. Daí a urgência de debatermos sobre o mercado de trabalho da mulher advogada, os obstáculos que nos são impostos, os enfrentamentos possíveis e as oportunidades vislumbradas”, expressa a mediadora, Marcia Dinis.


Este painel se junta a outros que abordarão, entre outras coisas, a presença das mulheres na política, no sistema OAB e no Judiciário, além da promoção de políticas públicas para o gênero e a garantia das prerrogativas da advogada. A III Conferência da Mulher Advogada reunirá centenas de colegas para fechar o foco nas peculiaridades que caracterizam o exercício profissional da advocacia feminina. Não perca!

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