28/11/2023 - 18:06 | última atualização em 29/11/2023 - 13:43

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Conferência: Juliana Bumachar presidiu painel que deu conselhos à jovem advocacia

Comunicação OABRJ | Caarj com informações do Conselho Federal

Os desafios enfrentados pelos advogados no começo da carreira foi um dos temas discutidos nesta terça-feira, dia 28, na 24ª Conferência Nacional da Advocacia. O painel sobre a iniciação à advocacia reuniu autoridades do mundo jurídico, educadores, especialistas em áreas como comunicação, oratória e empreendedorismo, que levaram à plateia de jovens profissionais informações e experiências na tentativa de contribuir para uma carreira bem-sucedida. 

Presidente da mesa, a conselheira federal do Rio de Janeiro, Juliana Bumachar, saudou os participantes agradecendo ao presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti. “Agradeço também o presidente da OABMG por nos receber em sua casa”, disse Bumachar. 

Já o conselheiro federal de Sergipe, Fábio Brito Fraga, foi o responsável pela relatoria do painel, enquanto o secretariado ficou a cargo do conselheiro federal do Distrito Federal, José Cardoso Dutra Júnior.

Simonetti prestigiou o painel e durante as palestras saudou a plateia, dizendo: “os jovens advogados representam hoje a maior parcela da advocacia brasileira”.

“Cumprimento todos em nome do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, Kakay, (um dos palestrantes do painel), meu inspirador e das novas gerações de profissionais”, comentou ao lembrar que o início de sua carreira foi como presidente da Comissão da Advocacia Iniciante da OAB, hoje Conselho da Jovem Advocacia. “Viva a jovem advocacia”, disse, sob aplausos.

Do atendimento ao cliente ao contrato de honorários

O presidente da OABMS, Bitto Pereira, abriu a série de palestras discorrendo sobre o tema “Do atendimento ao cliente ao contrato de honorários”. Com experiência de 23 anos na advocacia, o jurista reiterou que a comunicação com um potencial cliente, no primeiro encontro, pode resultar ou não em um contrato de honorários. 

“É preciso mais ouvir do que falar, procurar saber o que a pessoa traz. Uma relação humana pode ser o diferencial para que a pessoa contrate você ou outro profissional”, considerou. “Na hora estiver atendendo potencial cliente não atenda ao telefone, não acesse redes sociais”, emendou.

O presidente da Seccional de Mato Grosso do Sul alertou os jovens sobre a atenção devida ao fazer contratos de honorários, que, segundo ele, devem conter cláusulas que assegurem o pagamento mesmo, se por exemplo, haja acordo entre as partes. “Há casos em que clientes pedem a desistência e querem, mesmo assim, tirar os honorários”, exemplificou. 

Advocacia contemporânea: uma visão do futuro

O presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais (CAAMG), Gustavo Chalfun, discorreu sobre o tema  “Advocacia contemporânea - Uma visão do futuro”. Ele iniciou a palestra falando da experiência de ter acompanhado, desde os 13 anos, as mudanças na advocacia, ao conviver com o pai, também advogado, em Varginha (MG).

“Em 1995, quando foi criada a Lei no 9.099 [legislação criou os Juizados Especiais Cíveis e Criminais], pensaram que os escritórios iam acabar. Muito pelo contrário, as demandas se avolumaram”, pontuou Chalfun.

Chalfun afirmou que, no início de sua carreira, há 23 anos, a doutrina era demandar e entregar para o Poder Judiciário a solução dos problemas. Segundo ele, hoje com a desjudicialização, o “acordo de solução sai da própria advocacia, de cada advogado. Passamos a protagonizar a solução de conflitos”, afirmou.

Comunicação oral na advocacia

O conselheiro federal de Pernambuco, Bruno Baptista, desmistificou a crença da maioria das pessoas de que os advogados especialistas em oratória são naturalmente destemidos e comunicativos. Ele citou como exemplo a história pessoal. 

“Fui uma criança tímida e um tio acreditava que não teria sucesso na profissão em razão disso. Fui um estagiário tímido, mas com estudo, preparação e, sobretudo, por acreditar que poderia vencer, consegui superar o medo de falar em público”, garantiu.

Baptista recomendou aos jovens advogados a não terem medo da tribuna e pensar que são capazes de uma vitória na tribuna, trabalhando a autoconfiança. “É preciso tirar da cabeça os fantasmas de que irá tropeçar na tribuna, de não dar conta de falar ou que será criticado pela plateia por um filme com final feliz”, frisou.

Antes de subir à tribuna, ele recomenda fazer um roteiro do que irá falar, cumprimentar todos os presentes, com os devidos pronomes de tratamento e de usar argumentos fortes para convencer os ouvintes. “Entre com sorriso no rosto, humanize o discurso com histórias e poemas. Podemos desenvolver todas as habilidades com treinamento”, garantiu, recomendando a leitura de livros e filmes diversos.

Para o conselheiro federal por Sergipe, Fábio Brito Fraga, o advogado deve sair do “lugar comum”, desde a forma em como se apresenta para o cliente até a performance nos tribunais. “Destaco a orientação de Bruno Baptista de usar trechos de poemas e músicas nos tribunais como uma forma envolver as pessoas”, reiterou.

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