25/06/2019 - 11:46 | última atualização em 25/06/2019 - 16:15

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Comissão relaciona conquistas das mulheres e práticas colaborativas

Nádia Mendes

Em parceria com a OAB Mulher, a Comissão Especial de Práticas Colaborativas realizou nesta segunda-feira, dia 24, um evento que debateu o papel das mulheres que trabalham e as que são atendidas por profissionais colaborativos. A presidente da comissão, Lívia Caetano, fez uma introdução sobre o tema. "Nas práticas colaborativas fazemos um trabalho multidisciplinar, atuando de forma interdisciplinar. A equipe de profissionais se comunica para atender ao cliente da melhor forma possível", disse. 

Ela explicou que as equipes assinam um termo, em que todos os profissionais, subretudo os da área jurídica, se comprometem a não litigar. "Imaginemos que, durante o processo, as pessoas desistam de continuar com as práticas colaborativas e desejem continuar com um processo litigioso. Os profissionais envolvidos não podem atuar sequer como testemunhas. A gente sempre tenta trazer a confiança e mostrar que aquele é um ambiente blindado, onde é garantido sigilo absoluto de tudo o que é falado durante as reuniões para que as informações nao sejam usadas contra as pessoas".

A vice-presidente da OAB/RJ, Rebeca Servaes, falou, na abertura do encontro, sobre a atuação da comissão. Em seguida, a coordenadora de projetos da ONG Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (Cepia), Mariana Barsted, que organizou o evento, assumiu a condução das palestras e fez um apanhado cronológico dos direitos das mulheres nos últimos anos, citando algumas conquistas, como, por exemplo, o voto feminino, em 1932; o Estatuto da Mulher Casada, em 1962, em que a mulher passou a ser colaboradora do marido na sociedade conjugal, e não mais um ser incapaz; a Lei do Divórcio, em 1977; e a Constituição de 1988, que igualou os direitos e obrigações entre homens e mulheres.

"Essas reflexões, que de forma sintetizada procurei discorrer nesse curto espaço de tempo, coloca para nós, advogados e advogadas de família, a importância de situarmos social e culturalmente as mulheres que chegam nos nossos escritórios. Mesmo empoderadas economicamente, essas mulheres ainda vivem em teias de relações interpessoais calcadas em valores que ainda nos remetem ao inicio do Século XX. É preciso escutá-las com essa compreensão", disse.

Também participaram do encontro a juíza aposentada pelo Tribunal Regional do Trabalho 1ª Região Comba Marques Porto; a presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) entre 1986 a 1989, Jacqueline Pitanguy; a professora emérita da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj) Leila de Andrade Linhares Barsted, que atuaram pelos Direitos das Mulheres na Constituinte. Para encerrar o encontro, houve a palestra da juíza titular do I Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Rio de Janeiro, Adriana Ramos de Mello.

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