20/04/2008 - 16:06

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Comissão de Precatórios da OAB aponta caminhos para Rio acelerar fila das dívidas

Comissão de Precatórios da OAB aponta caminhos para Rio acelerar fila das dívidas

 

 

Do jornal O Dia

 

20/04/2008 - O Governo do Estado do Rio deve R$ 2,6 bilhões em precatórios a mais de 50 mil pessoas (físicas ou jurídicas). Apesar de propagandear a aceleração do pagamento das dívidas, a fortuna devida a quem conseguiu ter seus direitos reconhecidos na Justiça está aumentando na administração Sérgio Cabral. Se continuar no ritmo atual, em janeiro de 2011, quando o primeiro mandato do governador terá chegado ao fim, a dívida estará em R$ 4,7 bilhões, o equivalente a 364 vezes o prêmio acumulado na Mega-Sena.

 

É dinheiro devido a servidores ativos e inativos, pensionistas e moradores que tiveram suas casas desapropriadas sem serem devidamente indenizadas. Segundo dados da Seção Rio da Comissão de Precatórios da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a dívida, em janeiro de 2006, ainda no governo Garotinho, era de R$ 1,8 bilhão. No mesmo mês de 2007, o débito pulou para R$ 2,3 bilhões e continuou subindo, até atingir R$ 2,6 bilhões este ano.

 

O presidente da Comissão de Precatórios da OAB, Eduardo Gouvêa, diz que o estado desrespeita a lei ao destinar apenas R$ 10 milhões mensais a essas obrigações: "O governo conseguiu arrecadar R$ 900 milhões este ano com a penhora de bens de empresas devedoras. Pela lei em vigor 20% de 70% desse dinheiro devem ser destinados ao pagamento de precatórios alimentícios. Só nesse caso, o governo deve R$ 1,2 bilhão. Então, teria que pagar imediatamente R$ 130 milhões, que estão parados no Banco do Brasil, além de no mínimo R$ 12 milhões por mês".

 

A demora para o pagamento é tanta que muitos morrem sem ver a cor do dinheiro. O aposentado Jorge Emydio dos Santos Maia, de 75 anos, espera há oito para receber um dos créditos que têm com o estado. "Do primeiro grupo, dos 130 aposentados que entraram com ação, 30 já morreram. No segundo, em 2003, dois dos 14 colegas morreram sem receber. O governo nos desrespeita duas vezes: quando dá aumento aos ativos e não dá aos aposentados, mesmo sabendo que isso está na Constituição, e quando não paga o que a Justiça determina", protesta Jorge Emydio.

 

A Secretaria Estadual de Fazenda não respondeu às perguntas feitas pela repórter, argumentando que o secretário Joaquim Levy está incomunicável no exterior. No fim de 2007, segundo o site da secretaria, havia 2.031 precatórios emitidos contra o governo do Rio. Estão sendo pagos os que foram determinados em 2000.

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