31/03/2023 - 14:29 | última atualização em 31/03/2023 - 18:51

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Comissão analisou impactos de ferramentas digitais dentro da formação universitária

Felipe Benjamin



Promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária (CDHAJ) da OABRJ, o evento "Os possíveis impactos da inteligência artificial na educação superior", realizado na noite de quinta-feira, dia 30, no Plenário Carlos Maurício Martins Rodrigues, levou à sede da Seccional um debate sobre as evoluções tecnológicas e seus efeitos dentro do ensino das universidades. 

"Como professora e pesquisadora, tenho tido bastante dificuldade para passar o dia sem pensar em como tudo está evoluindo incrivelmente rápido", contou a mediadora Juliana Bastos Marques, integrante do Departamento de História da Unirio.


"O que se popularizou, que foi o ChatGPT 3.5 é algo que os alunos já dominam muito mais que os professores, mas ele já é coisa do passado. A versão 4 está disponível e o ChatGPT5 em produção. Eu ficava me assustando o tempo todo, mas depois parei pra pensar que quando escrevo um e-mail, já há a opção de que ele complete minhas frases. E a ideia aí é mais ou menos a mesma. O que muita gente não tem percebido fora da bolha da Tecnologia da Informação é que estes são programas de linguagem que recolhem dados e criam lógicas para enumerá-los de maneira coerente. E o curioso é que as pessoas passaram a falar sobre isso com um medo de que o ChatGPT pense por nós e acabe com os nossos empregos. A inteligência artificial não é inteligência, e não é artificial".



Completaram a mesa a integrante da Comissão de Proteção de Dados e Privacidade da OABRJ, Natane da Silva Santos; a professora da Escola de Educação da Unirio, Jane Santos da Silva, e o professor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A abertura do evento contou com a presença do presidente da CDHAJ, Ítalo Pires, e da coordenadora do GT Direito à Educação da CDHAJ da OABRJ, Havana de Moraes Marinho. 

"Essa discussão perpassa vários outros caminhos além da tecnologia", defendeu a professora Jane da Silva.

"A inteligência artificial tenta simular o que os seres humanos pensam e constroem como conhecimento. Ainda não tivemos tempo para analisar os impactos, mas lembro que a construção de conhecimento exige criatividade, com comparações e interpretações. Minha maior preocupação está na formação de professores, porque o docente tem uma necessidade de se formar criticamente. O ChatGPT mostra que não existem nativos digitais, ao contrário do que pensam muitos professores. O grande problema é que a inteligência artificial como meio será mais um desafio a ser enfrentado pela formação docente, porque teremos que aprender a diagnosticar o funcionamento desses modelos para continuarmos a trabalhar em sala de aula".

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